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Artigos Terça-feira, 22 de Julho de 2025, 09:13 - A | A

Terça-feira, 22 de Julho de 2025, 09h:13 - A | A

Roberto Barreto*

O legado de Preta Gil e o alerta para a prevenção do câncer de intestino

Por Roberto Barreto*

O Brasil se despede da cantora Preta Gil, vítima de um câncer de intestino diagnosticado em estágio avançado. Sua partida precoce aos 50 anos reacende um importante debate sobre a prevenção e o diagnóstico precoce dessa doença silenciosa, que é uma das que mais matam no país — e, ao mesmo tempo, uma das mais preveníveis.

 Neste contexto, a colonoscopia surge como ferramenta essencial. Mais do que um exame, ela representa a chance real de interromper o avanço do câncer antes mesmo que ele se manifeste de forma agressiva.

O que é o câncer de intestino?

O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, atinge o cólon (intestino grosso) e o reto. É o segundo tipo de câncer mais incidente no Brasil, tanto entre homens quanto entre mulheres, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A doença geralmente se desenvolve a partir de pólipos — pequenas lesões na mucosa intestinal que, com o tempo, podem evoluir para tumores malignos. Quando descoberto precocemente, o câncer colorretal tem altas chances de cura. Por isso, a detecção precoce é fundamental.

Quais são os sintomas?

O grande desafio é que, em fases iniciais, o câncer de intestino pode ser completamente assintomático. Quando os sintomas aparecem, eles incluem sangue nas fezes, alterações persistentes do hábito intestinal (diarreia ou constipação), dores abdominais, perda de peso sem causa aparente, fraqueza e anemia.

É importante ressaltar que esses sinais não indicam necessariamente câncer, mas devem ser investigados por um médico.

Quando começar a fazer colonoscopia?

A recomendação padrão é que pessoas sem fatores de risco iniciem o rastreamento com colonoscopia a partir dos 45 anos. Contudo, essa idade pode ser antecipada nos seguintes casos:

- Histórico familiar de câncer de intestino

- Presença de doenças inflamatórias intestinais (como retocolite ulcerativa ou Doença de Crohn)

- Síndromes genéticas predisponentes

- Presença de pólipos anteriores

A colonoscopia deve ser repetida conforme a orientação médica, geralmente em intervalos de 5 a 10 anos, dependendo dos achados do exame anterior.

Desmistificando o exame

A colonoscopia é um exame endoscópico que permite visualizar todo o intestino grosso por meio de um tubo flexível com câmera acoplada. O procedimento é realizado com sedação, ou seja, o paciente não sente dor nem desconforto.

Durante o exame, caso sejam encontrados pólipos, eles podem ser removidos no mesmo momento, o que torna a colonoscopia não apenas diagnóstica, mas também preventiva.

O preparo, que consiste na ingestão de laxantes para limpeza do intestino, é a parte mais incômoda, mas essencial para a eficácia do exame. Mesmo assim, avanços recentes têm tornado esse processo mais tolerável.

A trajetória de Preta Gil escancarou a importância de falar sobre o tema com seriedade. Que sua história sirva de alerta para que outras vidas sejam salvas. O medo, o tabu e o preconceito com o exame não podem ser maiores do que o direito à vida.

Prevenir é sempre melhor do que remediar. Conversar com seu médico, conhecer seu histórico familiar e realizar exames periódicos são passos fundamentais para garantir mais saúde e longevidade. A colonoscopia salva vidas — e pode salvar a sua.

 *Dr. Roberto Barreto é endoscopista e gastroenterologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia e Endoscopia Digestiva em Mato Grosso (Sobed-MT).

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