por Edina Araújo*
A morte de Preta Gil, neste domingo (20.07), deixa o Brasil em luto. Ela foi uma figura pública de presença marcante e de rara transparência em sua trajetória, a ponto de, para muitos — como é o meu caso — parecer alguém próxima, quase uma integrante querida da família. Sua partida comove profundamente, mesmo aqueles que já enfrentaram perdas dolorosas e vivenciaram o adeus de entes amados.
Desde o diagnóstico de câncer colorretal, em janeiro de 2023, Preta escolheu enfrentar a doença com uma coragem notável e com uma sinceridade comovente. Compartilhou não apenas os instantes de fé e otimismo, mas também os momentos mais sombrios — repletos de dor, medo e repetidas internações. Sua resiliência tocou o coração de milhares de brasileiros, inspirando a todos a enfrentar suas próprias batalhas com dignidade, fé e força.
Acredito que nossa existência neste plano tem um propósito, e que o momento do retorno à pátria espiritual já nos é determinado ao nascer. Ainda assim, nunca estamos preparados para nos despedir de quem amamos. É natural — ainda que, por vezes, egoísta — querermos manter por perto aqueles que nos são caros, mesmo diante de um sofrimento extremo.
Durante dois anos e meio de luta intensa, Preta enfrentou incontáveis desafios: sessões agressivas de quimioterapia e radioterapia, cirurgias de alta complexidade, a alegria da remissão e, infelizmente, a dor do retorno da doença. Enfrentou, inclusive, um procedimento exaustivo de 21 horas em dezembro de 2024. Apesar de tudo, jamais esmoreceu. Continuou a compartilhar sua trajetória com coragem e esperança, fortalecendo aqueles que a acompanhavam.
Ao expor suas vulnerabilidades com tamanha autenticidade, Preta Gil rompeu tabus e humanizou uma doença frequentemente envolta em estigmas. Sua franqueza e sua determinação a consagraram como uma verdadeira guerreira da vida. Ela nos ensinou que a verdadeira coragem não está em não sentir medo, mas em escolher seguir adiante, apesar dele.
Neste momento de dor, pedimos a Deus que a receba com amor em sua nova morada espiritual, concedendo-lhe o merecido descanso após tamanha batalha. Que seus familiares, amigos e admiradores encontrem consolo e força para atravessar essa perda.
Preta Gil deixa uma saudade profunda e um legado eterno de coragem, generosidade, esperança e amor à vida.
*Edina Araújo, jornalista e diretora do VGNOTICIAS e Fatos de Brasília
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