Imagens do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, investigado por participação em um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), chamaram atenção pelo estado debilitado do detento após mais de oito meses preso em uma penitenciária federal, em Brasília.
O lobista, que já apresentava problemas de saúde, foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, a deixar a unidade prisional e cumprir prisão domiciliar em Primavera do Leste, a 234 km de Cuiabá.
Como informado pelo #VGNotícias em fevereiro, Andreson havia perdido cerca de 27 kg por não receber a assistência adequada. Ex-paciente bariátrico, ele deveria realizar ao menos seis refeições diárias.
A decisão de conceder a prisão domiciliar ocorreu após pedido da defesa, com aval do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que apontou deterioração do quadro físico.
Gonçalves é um dos principais alvos da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, em dezembro de 2023. Durante a investigação, mensagens no celular da vítima indicaram negociações para influenciar decisões no STJ.
Análises do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que Gonçalves intermediava pagamentos a servidores e encaminhava rascunhos de sentenças antes dos julgamentos. Entre as provas reunidas, estão transferências que somam R$ 4 milhões para um servidor que atuou em gabinetes de duas ministras da Corte.
A investigação também envolve outros suspeitos, como o empresário Haroldo Augusto Filho, apontado por facilitar acesso a ministros e familiares com favores e empréstimos de aeronaves. O esquema teria atuação em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.
Apesar do caráter humanitário da decisão de Zanin, o processo segue em andamento, e Gonçalves poderá colaborar com as autoridades em troca de eventual redução de pena.
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