O dinheiro de inúmeros brasileiros, apoiadores fiéis do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi parar no centro de uma trama internacional contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo relatório da Polícia Federal, as doações feitas via Pix ao longo de 2024 e 2025 foram desviadas por Bolsonaro e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para financiar articulações políticas no exterior.
De acordo com a própria confissão do ex-presidente, ele repassou R$ 2 milhões a Eduardo no dia 13 de maio deste ano, já durante sua estadia nos Estados Unidos. Oficialmente, o valor seria para custear despesas, mas as investigações apontam outro destino: pressionar o governo norte-americano a agir contra o STF por meio de ameaças de sanções econômicas e diplomáticas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) ressaltou que essa transferência reforça a intenção de Bolsonaro de obstruir o andamento do processo.
A Polícia Federal considera o repasse uma peça-chave da ofensiva internacional articulada por Bolsonaro para desestabilizar o Judiciário e interferir no julgamento da ação penal em que ele é réu por tentativa de golpe de Estado.
“As postagens realizadas e a vultosa contribuição financeira encaminhada a Eduardo Nantes Bolsonaro são fortes indícios do alinhamento do réu Jair Messias Bolsonaro com seu filho, com o claro objetivo de interferir na atividade judiciária e na função jurisdicional desta Suprema Corte, além de abalar a economia do país com a imposição de sanções econômicas estrangeiras à população brasileira, visando obter impunidade penal”, diz trecho da decisão.
Com base nesse relatório, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes determinou medidas cautelares contra o ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com investigados, entre eles o filho Eduardo Bolsonaro.
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