O mercado físico do boi gordo encerrou a semana em queda, pressionado pela ausência de compradores e pelas incertezas sobre uma nova tarifa dos Estados Unidos ao produto brasileiro. A partir de 1º de agosto, os norte-americanos podem aplicar uma taxa adicional de 50% à carne bovina do Brasil.
Segundo o analista Fernando Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, o mercado futuro também recuou forte, especialmente na quinta-feira (10.07). Os EUA são responsáveis por cerca de 15% das exportações brasileiras de carne bovina em 2025, o que torna o impacto potencial relevante.
Queda nos preços da arroba
A cotação da arroba do boi gordo apresentou retração na maioria das principais praças do país, na modalidade a prazo, entre os dias 4 e 11 de julho:
• São Paulo (Capital): R$ 300 → queda de 3,23% (antes R$ 310)
• Goiás (Goiânia): R$ 290 → queda de 1,69%
• Minas Gerais (Uberaba): R$ 295 → queda de 1,67%
• Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 305 → queda de 1,61%
• Mato Grosso (Cuiabá): R$ 315 → estável
• Rondônia (Vilhena): R$ 275 → estável
Atacado tem preços mistos e frango se destaca
No mercado atacadista, os preços oscilaram. O traseiro do boi caiu para R$ 22,50 o quilo, baixa de 2,17%. Já o dianteiro subiu 1,35%, cotado a R$ 18,75.
De acordo com Iglesias, o consumo deve melhorar na primeira quinzena do mês, o que pode abrir espaço para novos reajustes. No entanto, a carne de frango tem se mostrado mais competitiva e vem ganhando espaço frente à bovina.
Exportações seguem aquecidas em julho
Mesmo com a ameaça de tarifa, as exportações brasileiras de carne bovina começaram julho em alta. Em quatro dias úteis, o país exportou 48,7 mil toneladas, com receita de US$ 269,9 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Houve crescimento de:
• 48,4% no valor médio diário exportado
• 18,1% na quantidade média diária
• 25,7% no preço médio por tonelada, que ficou em US$ 5.541,00
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