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VGN AGRO Sexta-feira, 11 de Julho de 2025, 17:21 - A | A

Sexta-feira, 11 de Julho de 2025, 17h:21 - A | A

Nota

Setor de cacau alerta para risco econômico e jurídico com nova tarifa dos EUA

Setor tem nos Estados Unidos um de seus principais mercados

Redação/VGN

A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) divulgou nota nesta sexta-feira (11.07) manifestando profunda preocupação com a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo dos Estados Unidos. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, segundo divulgado pelo presidente norte-americano Donald Trump na última quarta-feira (9), pode comprometer seriamente a competitividade das exportações brasileiras de derivados de cacau.

O setor, que tem se destacado entre os mais dinâmicos do agronegócio nacional nos últimos anos, tem nos Estados Unidos um de seus principais mercados. De 2020 a 2024, os norte-americanos representaram, em média, 18% do valor total exportado pelo Brasil. Em 2024, as exportações para os EUA somaram US$ 72,7 milhões, com um volume de 8,1 mil toneladas. Somente no primeiro semestre de 2025, já foram exportados US$ 64,8 milhões — mais de 25% do total do setor no período —, o que sinalizava um possível recorde anual.

A AIPC alerta que a nova tarifa chega em um momento especialmente delicado para a indústria brasileira de cacau, que enfrenta seguidas quebras de safra, oferta interna restrita de amêndoas e preços internacionais elevados. A moagem nacional já apresenta queda acentuada em 2025, e as exportações vinham sendo essenciais para manter as atividades industriais e os empregos nas regiões produtoras.

Além do impacto direto sobre a competitividade, a entidade destaca possíveis consequências fiscais e jurídicas, uma vez que boa parte das exportações do setor ocorre sob o regime de Drawback — que permite a suspensão de tributos sobre insumos importados usados na produção de bens exportados. Caso os contratos não possam ser honrados por inviabilidade econômica, há risco de aplicação de multas, exigência de pagamento de tributos suspensos e aumento da insegurança jurídica para o setor exportador.

A presidente-executiva da AIPC, Anna Paula Losi, reforça que a tarifa representa não apenas um desafio comercial, mas também um risco à estabilidade jurídica e logística da cadeia produtiva. “É fundamental preservar os canais de exportação que garantem o funcionamento da indústria, a geração de empregos e a agregação de valor à produção nacional de cacau”, afirmou.

A entidade defende uma resposta rápida e coordenada entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, por meio de esforços diplomáticos e negociações comerciais, para mitigar os efeitos da tarifa e proteger a previsibilidade das operações de exportação do setor.

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