O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou durante missão oficial a Angola, que o Brasil tem muito a ganhar ao fortalecer laços com países africanos no setor agropecuário. À frente de uma comitiva com cerca de 30 empresários brasileiros, Fávaro afirmou que a visita tem como objetivo preparar parcerias estratégicas e apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva propostas concretas para ampliar a cooperação bilateral com Angola.
“Vir aqui para Angola pela segunda vez em cinco meses é constatar as boas relações de amizade, fortalecer esse vínculo e, agora, na véspera de recebermos o presidente angolano, fiz questão de trazer alguns empresários brasileiros para conhecerem as oportunidades”, declarou o ministro. “Assim, poderemos formular um documento que seja atrativo para o Brasil e para Angola e, juntos, estabelecer oportunidades recíprocas.”
Diante de críticas sobre o incentivo à produção agrícola fora do país, Fávaro foi enfático ao rebater acusações de abandono ao campo brasileiro. “Talvez, por falta de conhecimento ou má fé, podem perguntar por que o ministro da Agricultura leva produtores brasileiros a Angola para ver as oportunidades de plantar lá e não faz isso aqui. Isso não é verdade!”, afirmou.
Segundo o ministro, somente nos dois últimos Planos Safra foram investidos R$ 15 bilhões na recuperação de áreas degradadas no Brasil, totalizando 3 milhões de hectares. “O que estamos fazendo aqui é estratégico: quem vier para Angola vai comprar máquinas, insumos, equipamentos do Brasil, gerar riqueza aqui e lá. Vamos ampliar nossa influência, nossa economia e também ajudar a desenvolver um país amigo.”
A missão em Angola segue até o dia 10 de maio, com visitas técnicas nas províncias de Cuanza-Norte e Luanda. O país africano possui cerca de 35 milhões de hectares com potencial agrícola, solos semelhantes ao Cerrado brasileiro, relevo favorável à mecanização e um clima com estações bem definidas.
“Encontramos aqui oportunidades para não só vender os produtos brasileiros, mas também plantarmos, ocuparmos terras férteis. Se o Brasil e os brasileiros, que têm a tecnologia e o desenvolvimento tropical, não ocuparem, certamente produtores de outros países o farão”, pontuou o ministro.
A iniciativa também antecipa o encontro entre os presidentes João Lourenço (Angola) e Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para 23 de maio, em Brasília. Antes disso, entre os dias 20 e 22, a capital federal receberá o Encontro de Ministros da África, com a presença de cerca de 50 delegações internacionais.
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