O mês de julho começou com um movimento importante para o agronegócio brasileiro: a cotação do dólar registrou alta de 0,51% na terça-feira (1º.07), fechando a R$ 5,46. A valorização da moeda norte-americana reacende o alerta entre os produtores, principalmente os que atuam com exportação, como pecuaristas e agricultores do Centro-Oeste.
A alta do dólar foi impulsionada por dois fatores principais. No cenário interno, pesou a judicialização do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar manter o aumento da alíquota do tributo. No mercado internacional, dados positivos sobre a geração de empregos nos Estados Unidos e declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçaram a cautela global e fortaleceram o dólar frente a moedas de países emergentes, como o real.
Com a valorização cambial, produtos brasileiros ganham competitividade no exterior. Um dos setores diretamente beneficiados é o da pecuária. A carne bovina, por exemplo, se torna mais atrativa para o mercado internacional, o que pode aquecer a demanda e elevar o preço da arroba do boi gordo.
Por outro lado, a alta do dólar representa um desafio para os custos de produção. Insumos essenciais como fertilizantes, rações, medicamentos veterinários e equipamentos agrícolas são majoritariamente importados ou cotados em dólar. Isso significa que, mesmo com possibilidade de maior faturamento nas vendas, o produtor pode enfrentar aumento de despesas operacionais.
Especialistas recomendam cautela no momento. Diante de um cenário instável e com variações cambiais constantes, o planejamento financeiro torna-se fundamental. Avaliar os custos com antecedência, negociar prazos e acompanhar o mercado são estratégias essenciais para garantir rentabilidade no campo.
O setor agropecuário segue atento às movimentações econômicas que, embora tragam oportunidades, exigem decisões calculadas para evitar prejuízos.
Com informações da Reuters e Agência Brasil.
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