A recente oscilação nos preços do boi gordo em Mato Grosso, mesmo com a leve queda registrada na última semana, começa a impactar diretamente as margens das indústrias frigoríficas e pode refletir nos preços da carne para o consumidor final.
Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), dessa segunda-feira (05.05), o preço da arroba do boi gordo a prazo fechou a última semana a R$ 322,94, com uma queda de 1,02%. Já o preço da vaca gorda, que também influencia o mercado, caiu 2,64%, ficando em R$ 299,87/@. Ainda assim, no comparativo mensal, houve alta de mais de 9% na vaca, puxada pela menor oferta de animais prontos para abate.
Essa combinação de oferta limitada e aumento no custo da arroba tem reduzido a margem de lucro dos frigoríficos. Em abril, a diferença entre o preço da carne vendida e o custo do boi caiu para -7,86%, bem abaixo da média dos últimos anos. Com o custo mais alto e sem reajuste equivalente no preço da carne no atacado, a pressão financeira tende a ser repassada ao consumidor.
Apesar disso, a demanda interna continua firme e as exportações seguem competitivas. Esse cenário tem segurado os preços no atacado, mas o equilíbrio é delicado. Especialistas alertam que, com a chegada do período seco, a oferta de animais pode aumentar e, se os preços não recuarem, os frigoríficos podem optar por elevar os valores repassados ao varejo.
Ou seja, o consumidor mato-grossense pode começar a sentir no bolso a alta da arroba nos próximos dias, especialmente em cortes mais nobres, como picanha, contrafilé e alcatra. O mercado segue atento aos próximos movimentos do clima, da oferta e da demanda para entender se o alívio na ponta da cadeia chegará ou se a carne seguirá pesando mais no carrinho de compras.
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