A presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Cuiabá, vereadora Michelly Alencar (União), afirmou, em entrevista à imprensa na manhã desta quinta-feira (22.05), que foi pega de surpresa com o fechamento das duas salas de atendimento destinadas a mulheres vítimas de violência doméstica nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Leblon e do Verdão, na Capital.
“Fui pega de surpresa, porque não sabia que as duas seriam fechadas ao mesmo tempo”, ressaltou.
Michelly Alencar explicou que, após ser informada sobre a decisão, conversou com a presidente da Comissão da Mulher, Maria Avalone (PSDB), e juntas estão articulando uma reunião com as secretárias municipais de Saúde, Assistência Social e da Mulher, a ser realizada no início de junho. Segundo a vereadora, as gestoras devem esclarecer os motivos dessa medida, que, segundo ela, foi tomada sem um apoio adequado para as vítimas.
A parlamentar mencionou que o prefeito Abílio Brunini (PL) já havia se pronunciado sobre o assunto e explicou que o fechamento das salas faria parte de um processo de reorganização e reestruturação para oferecer um serviço de melhor qualidade às mulheres vítimas de violência doméstica.
“Cuiabá tem os maiores índices de feminicídio do Brasil, e os números continuam crescendo. Precisamos de uma estrutura melhor, não uma redução. O ideal seria ampliar os atendimentos, não reduzir. Deveríamos ter atendimento em todas as UPAs, não apenas em duas. Queremos entender qual é o planejamento e por quanto tempo essa medida permanecerá em vigor”, afirmou Michelly.
A vereadora também criticou a possibilidade levantada pela secretária de Saúde, Lúcia Helena Barbosa, de encaminhar as vítimas para acompanhamento psicológico nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Michelly defendeu que, para que essa mudança seja viável, a estrutura das UBSs precisa ser significativamente melhorada, já que as unidades enfrentam dificuldades para atender à demanda atual.
Quando questionada sobre a decisão da Secretaria de Saúde de fechar as salas sem anunciar uma ampliação, Michelly revelou que ficou inicialmente surpresa e chocada com a medida. "Eu quero entender se foi uma falha de comunicação ou se a informação não foi repassada adequadamente", disse. “Acredito que a gestão não tenha a intenção de tratar uma questão tão grave de forma retrocedente, mas a medida é, para mim, um retrocesso.”
Apesar das críticas, a vereadora destacou que o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica continua nas unidades de saúde. O que mudou, segundo ela, foi o atendimento voltado para as vítimas que necessitam de acompanhamento social.
Leia matéria relacionada - Prefeito fecha Espaço de Acolhimento da Mulher e vítimas são direcionadas ao HMC
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).