A vereadora Samantha Iris (PL), relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o transporte coletivo em Cuiabá, afirmou nesta quinta-feira (10.07) que a comissão identificou uma série de falhas nos contratos firmados entre o município e as empresas de ônibus, especialmente os assinados entre 2019 e 2020.
Segundo a parlamentar, os contratos analisados não apresentam metas, indicadores de qualidade nem parâmetros claros de fiscalização. 'Quando se fala em qualidade do ônibus, ninguém sabe o que isso significa na prática, porque não há qualquer definição ou indicador nos contratos”, declarou.
Um dos pontos que mais chamou atenção e levantou preocupação, conforme a relatora, é o cálculo da tarifa do transporte. Conforme Samantha, não é um cálculo preciso, especialmente sobre o fundo da bilhetagem, algo que consta nas documentações. “Enviamos perguntas formais, mas ninguém soube nos responder como funciona e como é calculado esse fundo”, afirmou
Com base nessas dúvidas, a próxima reunião da CPI será dedicada a oitiva de diretores e ex-diretores da ARSEC, MTU e SEMOB. O objetivo é esclarecer pontos que permaneceram nebulosos mesmo após a análise documental.
Além das falhas contratuais, a CPI tem recebido inúmeras denúncias de usuários do transporte coletivo, especialmente das regiões mais afastadas do centro comercial da capital. Moradores dos bairros Pedra 90, Nova Esperança, Jardim Industriário, São Sebastião e Getúlio Vargas relatam atrasos constantes e redução da frota da empresa Caribus, sobretudo nos horários de pico pela manhã, que é quando as pessoas estão indo para o trabalho.
A comissão também observou que os contratos não estabelecem critérios regionais claros sobre quais empresas devem operar em cada área da cidade. Segundo Samantha, essa indefinição agrava os problemas de atendimento e será alvo de apuração.
Instaurada em fevereiro deste ano, a CPI do Transporte Público foi proposta para investigar a estrutura financeira, tarifária e operacional do serviço de transporte coletivo de Cuiabá, incluindo a gestão da arrecadação, a transparência nos contratos e o destino dos créditos não utilizados nos cartões.
A relatora informou que pediu prorrogação do prazo de funcionamento da comissão por mais 120 dias. “Se for necessário utilizar o tempo total para entregar um bom resultado, vamos utilizar. Estamos lidando com muitas informações e queremos ser justos e precisos nas cobranças por melhorias”, concluiu.
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