O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), é “alvo” de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo suposto recebimento de R$ 12 milhões em propina da Construtora Odebrecht. Maggi teria recebido o dinheiro para a campanha eleitoral de 2006, período em que era governador de Mato Grosso e disputava à reeleição. O inquérito está ligado a Operação Lava Jato.
De acordo com o processo, o pagamento foi informado em delação premiada dos executivos da Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto.
Segundo os delatores, a empresa pagou R$ 12 milhões para Maggi em 2006, como forma de obter auxílio para a liberação de créditos pendentes que a companhia tinha a receber do governo de Mato Grosso.
Na delação, os executivos afirmaram que a propina foi solicitada pelo ex-secretário de Estado, Eder Moraes. “O solicitante (Eder), inclusive, teria mencionado que o pedido era de conhecimento do então governador (Maggi) ”, diz parte extraído do processo.
O inquérito em que Blairo Maggi é investigado também tem como “alvo” o deputado federal José Orcírio Miranda - popular Zeca do PT. Ele é ex-governador do Mato Grosso do Sul, e segundo a delação dos executivos, estava registado no sistema de propinas da Odebrecht como “Pescador”.
Segundo a Procuradoria, Zeca do PT recebeu 400 mil em propina, e que o dinheiro foi repassado por meio de um “arrecadador de campanha”. A propina repassada, de acordo com o inquérito, acabou beneficiando o senador cassado Delcídio do Amaral, também delator da Lava Jato, que em 2006 (no ano do repasse) foi candidato ao governado de Mato Grosso Sul, no lugar de Zeca do PT.
Em decisão proferida na última quarta-feira (04.10), o ministro do STF, Edson Fachin, relator da Lava Jato, determinou a remessa do inquérito para a presidente do Supremo, Carmem Lúcia, para que ela análise o processo, como também remeta a outro ministro para efetuar sua análise e julgamento.
“À luz dessas ponderações, submeto a questão à consideração da eminente Presidente deste Supremo Tribunal Federal, Min. CÁRMEN LÚCIA, competindo ao novo Relator o exame dos demais pedidos em aberto”, diz trecho da decisão.
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