O vereador Rafael Ranalli (PL) afirmou na quinta-feira (08.05), em entrevista à imprensa, que o contrato com a empresa CS Mobi, do Grupo Simpar, sobre estacionamento rotativo no Centro de Cuiabá é legal, mas que passará por uma nova análise para avaliar se ele é vantajoso para o município.
Ranalli também contou que recebeu uma carta do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Júnior Macagnam, expressando o apoio dos comerciantes à manutenção do serviço.
"Ao analisarmos o contrato, vimos que ele passou por várias instâncias antes de ser assinado. Agora, precisamos avaliar se ele realmente traz benefícios. Os lojistas são favoráveis ao estacionamento rotativo, e isso precisa ser levado em conta", disse o vereador.
Apesar das críticas ao modelo atual, Ranalli defende a continuidade do sistema, ainda que reformulado, para melhor atender ao comércio local. Ele se mostrou preocupado com o abandono da estrutura já implantada, o que, segundo ele, poderia virar um “elefante branco” no centro da capital.
"Não podemos simplesmente rasgar um contrato, mesmo que ele tenha sido feito por outra gestão. O que queremos é um acordo: que a empresa ceda de um lado, e a prefeitura do outro, pensando no benefício da população", completou.
Ranalli também informou que irá se reunir com o vereador Dilemário Alencar (União), relator da CPI que investiga o contrato, e com a equipe do Instituto de Segurança e Cidadania (INSEC) para discutir os próximos passos.
Entenda o caso
O contrato do estacionamento rotativo foi assinado durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro com a empresa CS Mobi, do Grupo Simpar. O acordo tem validade de 30 anos e prevê que a prefeitura repasse R$ 650 mil por mês à empresa.
Atualmente, o contrato está sendo investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), presidida pelo próprio Ranalli. A comissão apura possíveis irregularidades, como:
• Descumprimento de cláusulas contratuais
• Falta de melhorias prometidas na infraestrutura urbana
• Legalidade de um empréstimo bancário feito pela CS Mobi, com a prefeitura como fiadora
A Justiça determinou que a empresa devolva R$ 5,5 milhões aos cofres públicos, valor relacionado a aditivos contratuais considerados prejudiciais ao município.
O atual prefeito, Abilio Brunini (PL), já anunciou a intenção de romper o contrato de forma amigável, alegando que o modelo não trouxe os benefícios esperados para a cidade. Por isso, os pagamentos mensais à empresa foram suspensos temporariamente.
Apesar disso, a CS Mobi continua operando o serviço, cobrando R$ 3,40 por hora para carros e R$ 2 para motos, de segunda a sábado.
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