O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo, em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (09.07), descartou a possibilidade de fechamento da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá e criticou à sinalização do governador Mauro Mendes (União) de que o Estado não pretende renovar o aluguel da unidade.
Na avaliação do conselheiro, a Santa Casa é essencial para rede pública de saúde, especialmente por manter o único Pronto-Socorro infantil com portas abertas em Mato Grosso, atendendo cerca de 250 crianças por dia.
“É impossível imaginar fechar a Santa Casa. Só no ano passado foram 120 mil atendimentos e procedimentos. Como se nega saúde para a população? O Einstein vai demorar, o Hospital Central também. E não serão portas abertas como a Santa Casa é hoje”, afirmou o conselheiro.
Sério Ricardo relembrou que o imóvel onde funciona a unidade está sob administração do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e que o Estado já paga mensalmente cerca de R$ 500 mil em aluguel, valor que está sendo destinado ao pagamento das dívidas trabalhistas da instituição. Para ele, o pagamento mensal já representa, na prática, um processo de aquisição indireta da unidade por parte do Governo.
“Na minha opinião, o Estado já está comprando a Santa Casa. Está pagando R$ 500 mil por mês para saldar as dívidas. Não tem cabimento falar em fechar a Santa Casa sem oferecer uma alternativa imediata. O Governo já está dentro”, declarou.
O presidente do TCE enfatizou que a Santa Casa é um patrimônio histórico da Capital e que sua estrutura, mesmo enfrentando dificuldades históricas, jamais foi desativada. “Conheço a Santa Casa desde que cheguei aqui. Sempre com problemas, mas nunca fechou”.
Ao final, Sérgio Ricardo fez um apelo por diálogo entre os entes envolvidos para que se chegue a uma solução viável e definitiva. “Tenho certeza que o governador Mauro Mendes não vai querer isso no currículo dele: ser lembrado como quem fechou a Santa Casa. Ela não pode fechar! É com diálogo, união e responsabilidade que vamos manter esse atendimento à população”, concluiu.
Sérgio Ricardo informou que solicitou uma audiência com o TRT para discutir o destino da unidade e convidou a Câmara de Cuiabá e o prefeito Abilio Brunini (PL) a participarem da reunião. Ele também se comprometeu a chamar representantes do Governo do Estado, incluindo o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, e o Ministério Público.
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