O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), adotou tom firme ao comentar a repercussão de sua comunicação à Controladoria Geral do Estado (CGE) sobre supostas irregularidades na execução de emendas parlamentares por meio da Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf).
Em entrevista nesta quarta (16.07), o vice-governador afirmou que faria tudo novamente, se necessário.
"Não teve denúncia. Quem faz denúncia é o Ministério Público. Eu apenas noticiei a CGE, como é dever de qualquer gestor. Então, o fato de ter noticiado a CGE faz parte do ofício do governador em exercício, eu fiz isso e farei todas às vezes que for necessário", disse o vice-governador, ao ser questionado sobre o impacto político do caso. A comunicação ocorreu quando Pivetta estava no exercício do Governo e revelou suspeitas sobre a compra de kits de ferramentas manuais com recursos de emendas parlamentares.
Pivetta também rebateu a narrativa de que a medida teria prejudicado suas pretensões eleitorais. "Tentaram falar por aí uma coisa muito engraçada até, pessoas falando que eu teria enterrado minha candidatura por essa razão, jamais, pelo contrário, dei demonstração que ainda tenho disposição sempre para fazer o certo e não tenho compromisso com o erro, simples assim".
O episódio gerou incômodo nos bastidores da Assembleia Legislativa, mas Pivetta negou qualquer atrito com os deputados. “Tenho um bom relacionamento com todos. Respeito todos. Eles são os representantes do povo e têm compromisso com o certo”, afirmou.
Apesar do episódio, o vice-governador confirmou que buscará apoio político para uma eventual candidatura ao Governo do Estado em 2026, mas avisou que "não venderá a alma". “Vou buscar apoio, sempre. Só não vou vender a alma. Todos sabem disso”, declarou.
Pivetta é apontado como o nome mais provável para disputar a sucessão de Mauro Mendes (União), que já declarou publicamente apoio ao aliado. A relação entre ambos vem desde o período em que eram prefeitos — Pivetta em Lucas do Rio Verde e Mendes em Cuiabá — e se consolidou nas eleições de 2018 e 2022.
Ao comentar o apoio de Mendes, o vice-governador reforçou que ainda é cedo para tratar de candidaturas. “Estamos em julho de 2025. Antecipar esse debate só atrapalha o trabalho. Faltam mais de 12 meses para as convenções partidárias”, afirmou. “Se Deus quiser e o povo aceitar, estaremos prontos”, completou.
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