O governador Mauro Mendes (União) afirmou nesta quarta-feira (16.07) que existem entraves significativos para a construção da ferrovia bioceânica que deve cruzar Mato Grosso, ligando o Brasil ao Oceano Pacífico por meio do Peru. Segundo ele, a judicialização de grandes projetos, como ocorreu com a Ferrogrão, representa um obstáculo à implantação de obras estruturantes no país.
A ferrovia bioceânica, objeto de acordo entre Brasil e China, terá cerca de 4,5 mil quilômetros e ligará o porto de Ilhéus (BA) ao porto de Chancay, no Peru, passando por Lucas do Rio Verde. O objetivo é facilitar o escoamento de produtos brasileiros para a Ásia, especialmente para a China.
Mendes comparou a situação brasileira com a de outras economias. “Vai lá na China para ver se parou, vai lá nos Estados Unidos para ver se para lá uma obra estruturante. Vê como que a Alemanha, que a França, construindo mais de 70 mil quilômetros de ferrovia, se tiveram decisões judiciais parando”, afirmou.
Ele criticou diretamente a paralisação da Ferrogrão, suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo PSOL, que questiona a legalidade da mudança nos limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, para passagem da ferrovia. A medida provisória que permitiu a alteração foi considerada sem compensação ambiental adequada.
“Não acredito que com esse modelo de governo que temos aí, a Ferrogrão, que poderia ter saído há muitos anos, ficou parada muitos anos no Supremo. É só no Brasil que tem uma decisão judicial que para tanto tempo um projeto nacional”, declarou o governador.
Mauro Mendes também criticou a atuação de organizações não governamentais e partidos políticos que, segundo ele, agem contra o interesse nacional. “Algumas ONGs são contra, alguns partidos esquerdopatas não deixam, entram na justiça e jogam contra o país”, afirmou.
Apesar das críticas, o governador reforçou a importância estratégica da ferrovia bioceânica para o país e, em especial, para o agronegócio mato-grossense. “Uma ferrovia extremamente viável, importante economicamente mundial, teria gente ao redor do planeta disposto a investir nesse projeto, produzir um resultado que seria muito bom para o Brasil, para Mato Grosso e para todo o agronegócio brasileiro”, concluiu.
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