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Política Terça-feira, 17 de Outubro de 2017, 13:05 - A | A

Terça-feira, 17 de Outubro de 2017, 13h:05 - A | A

Delação

Nadaf confirma superfaturamento de livros por Gráfica de VG; Zanata continuou no esquema

Rojane Marta/VG Notícias

VG Notícias

Nadaf

Pedro Nadaf

Denúncia feita com exclusividade pelo VG Notícias, em julho de 2013, que aponta superfaturamento e desvio de dinheiro público na confecção de três mil exemplares de livros referente ao Balanço Energético de Mato Grosso, pelo custo de R$ 787 mil, foi confirmada em delação premiada do ex-secretário estadual Pedro Nadaf, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo Nadaf, uma dívida contraída no início do governo Silval Barbosa (PMDB), junto ao seu amigo Ricardo Padilha de Borbon Neves, empresário do ramo de factoring (Borbon Factoring), no valor de R$ 250 mil, a fim de pagar parte de uma dívida de R$ 2 milhões do ex-governador, é que gerou o superfaturamento dos livros.

Conforme ele, a fim de quitar esse débito e evitar que ele se tornasse cada vez maior, ele utilizou de recursos próprios para pagar. Após a quitação da dívida, Cezar Zílio sugeriu que Nadaf aderisse a uma ata de registro de preços na Secretaria de Administração do Estado (SAD), criando despesas fictícias através da Secretaria de Indústria e Comércio do Estado (SICME) – a qual ele era secretário -, com a finalidade de fazer dinheiro de propinas repassadas pelas empresas do setor gráfico para pagar dívidas do grupo político, notadamente essa de R$ 250.000,00 contraída por ele.

Nadaf relatou que Cesar Zílio disse possuir boa relação com o proprietário da gráfica Intergraf – Evandro Pontes -, o qual poderia dar um bom retorno de propina. Assim, Zílio solicitou ao Nadaf que mandasse seu adjunto da SICME, Márcio Mesquita, falar com ele — CESAR ZILIO, a fim de pegar as instruções de como era realizado o 'esquema de desvio de dinheiro público' com as gráficas.

Então, Nadaf determinou que seu adjunto na SICME, providenciasse essa adesão da SAD, executando um serviço de confecção de livros destinados a distribuição para Prefeituras, Câmaras municipais, centro de entidades empresariais, bem como demais interessados no conhecimento acerca do potencial energético do Estado de Mato Grosso, a fim de divulgar todos os dados sobre a área de energia do Estado.

Esse material sobre o balanço energético era feito pela SICME todos os anos, contudo, de acordo com delação de Nadaf, com essa adesão cujo objetivo era tão somente desviar dinheiro do Estado, ele determinou que fossem impressos os livros, porém que o serviço fosse superfaturado a fim de ter uma sobra para ser revertida em benefício da Organização Criminosa.

Pela confecção dos livros, a empresa Intergraf E.G.P da Silva-ME recebeu o valor de R$ 786.990,00, sendo que Nadaf recebeu desse pagamento o valor de R$ 250 mil, em sua maioria através de cheques, não sabendo dizer no momento se da própria empresa ou de terceiros.

O ex-secretário da SICME, contou ainda que Márcio Mesquita chegou a justificar a demora do pagamento da propina, eis que a adesão fraudulenta havia sido feita por Nadaf no ano anterior, dizendo que a gráfica que estava fazendo o pagamento da propina — INTERGRAF, tinha ligação com o ex-prefeito de Várzea Grande Walace Guimarães (PMDB).

Ainda, que o então substituto de Nadaf na SIME, em 2013, Allan Zanata, havia pedido para que Márcio Mesquita aproveitasse esse mesmo 'serviço fictício das gráficas' para também resolver dívidas de campanha de Walace Guimarães.

“Esse valor de R$ 250 mil, o Declarante usou para repor sua conta pessoal, porquanto havia quitado um empréstimo feito em benefício do grupo criminoso com recursos próprios” cita trecho da delação.

Quanto a esse trecho da delação de Nadaf, o STJ determinou o desmembramento do feito e remessa à primeira instância (7ª Vara Criminal Cuiabá), uma vez que as pessoas indicadas nos fatos não são detentoras de prerrogativa de foro. Ainda, apontou ser necessário o compartilhamento do anexo ao Ministério Público do Estado, em razão da narrativa de supostos atos de improbidade administrativa.


Denúncias feitas pelo VG Notícias, clique nos títulos e confira reportagem:

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