O governador Mauro Mendes (União) afirmou que “não pode dar chibatada em preso” ao comentar sobre o uso da mão de obra carcerária em obras públicas. A declaração foi feita nesta quinta-feira (02.10), durante a Conferência Recupera, realizada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Questionado se a população carcerária do Estado poderia ser uma alternativa para reduzir o déficit de mão de obra que, segundo ele, impacta a entrega de obras como o modal BRT, Mendes ironizou: “Eu, governador, não posso pegar o cara lá e dar uma chibatada nele. Se pudesse, talvez seria bom, mas não podemos fazer isso”.
Segundo o chefe do executivo, apenas cerca de 250 presos estão em atividade, o que representa de 10% a 15% do total da população carcerária de Mato Grosso. Para ele, o baixo número está ligado à falta de interesse dos detentos e à sensação de impunidade que, segundo disse, foi construída ao longo dos anos. “A lei não obriga ninguém a trabalhar. Ele trabalha se quiser. Estamos à mercê da vontade dele querer trabalhar”, afirmou.
O governador também criticou o sistema judicial, que classificou como lento e cheio de recursos, o que, em sua visão, favorece os criminosos. “É um sistema cheio de garantias para quem comete crime e poucas garantias para as vítimas. A Polícia Civil prende todos os dias, mas muitos são soltos dias ou semanas depois”, declarou.
Mendes ainda defendeu mudanças na legislação para que facções criminosas sejam tratadas como organizações terroristas. “As facções praticam o terror no país e isso não ser classificado como terrorismo é um absurdo. O Congresso precisa fazer uma lei dura para acabar com esses terroristas”, disse.
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