O governador Mauro Mendes (União) tentou minimizar, nesta quinta-feira (02.10), a repercussão de sua declaração sobre não ser “doloroso” para mulheres de Várzea Grande atravessarem a ponte até Cuiabá em busca de atendimento na Delegacia da Mulher 24 horas. O comentário, feito na semana passada, gerou críticas da sociedade e pressão política.
Durante a Conferência Recupera do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o governador afirmou ter sido “mal interpretado” e defendeu a atuação do Estado no combate à violência de gênero. Mendes citou a Patrulha Maria da Penha, o programa SOS Mulher e campanhas educativas como ações já implementadas. Segundo ele, o governo tem feito “tudo que é possível” para apoiar vítimas.
Entretanto, em Várzea Grande, tanto a Patrulha Maria da Penha quanto a Delegacia da Mulher funcionam apenas em horário comercial, sem atendimento integral.
Mesmo assim, Mendes voltou a reforçar que não pretende ampliar o funcionamento de unidades especializadas em alguns municípios. Argumentou que, em muitas cidades do interior, o número de ocorrências não justificaria a criação de uma delegacia exclusiva e disse que manter plantões permanentes teria alto custo para o Estado. “Se a sociedade mato-grossense quiser pagar esse preço, não tem problema. Mas é uma decisão de razoabilidade”, declarou.
O governador não esclareceu se pretende rever sua posição em relação à Várzea Grande ou manter a opinião de que o serviço 24 horas não é necessário. Na mesma fala, atacou críticos e atribuiu a polêmica a adversários políticos. “Cabe aos adversários fazer difamação, porque eles não têm a capacidade de construir. Mas isso é democracia, você tem que ouvir isso. Não dá para sair brigando com todo mundo e ficar falando merda por aí”, disparou.
A primeira declaração de Mendes sobre o tema foi feita em 25 de setembro, quando foi questionado sobre a possibilidade de a Delegacia da Mulher de Várzea Grande funcionar em tempo integral. Na ocasião, respondeu: “Não é muito doloroso sair de Várzea Grande e vir para Cuiabá”.
A fala foi considerada insensível por pessoas que atuam na proteção das mulheres e civis, já que Várzea Grande, segunda maior cidade do Estado, concentra casos recorrentes de violência doméstica e não dispõe de atendimento especializado fora do horário comercial.
Leia matéria relacionada: Mendes diz que não é doloroso atravessar a ponte entre VG e Cuiabá para garantir proteção às mulheres
Siga o Instagram do VGN: (CLIQUE AQUI).
Participe do Canal do VGN e fique bem informado: (CLIQUE AQUI).