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Política Quarta-feira, 01 de Abril de 2015, 11:11 - A | A

Quarta-feira, 01 de Abril de 2015, 11h:11 - A | A

Estratégia

Lula põe a mão na massa para trégua entre Dilma e movimentos sociais

Lula já havia tomado uma atitude semelhante quando foi presidente e houve um atrito entre o governo e esses grupos

brasileconomico

Preocupado a situação de sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Lula tomou as rédeas de um trabalho para reorganizar a esquerda, especialmente aquela que está na base aliada dos governos petistas. A ideia é voltar a valorizar as relações do governo e do PT com os movimentos sociais e sindicais e suas pautas. Dois gestos nessa direção foram tomados nesta semana: anteontem, Lula esteve em uma reunião com a executiva nacional do partido e todos seus dirigentes estaduais; a plenária de ontem reuniu o ex-presidente e sindicalistas da CUT e da CTB, além de representantes de movimentos como a UNE, CMP e MST.

O presidente estadual do PT catarinense, Cláudio Vignatti, lembra que Lula também já havia tomado uma atitude semelhante quando foi presidente e houve um atrito entre o governo e esses grupos. “Na ocasião, ele sentou com mais de mil representantes dos movimentos sindicais e sociais e ouviu reclamações durante mais de três horas antes de começar a falar”, diz. Uma das críticas ao primeiro governo da presidenta Dilma, externada inclusive pelo ex-ministro Gilberto Carvalho, foi a dificuldade de interlocução com esse setor social, historicamente mais próximo ao PT.

Na pauta do encontro organizado ontem, estão as mobilizações marcadas para o próximo dia 7 e para 1º de maio, data em homenagem ao trabalhador. A ideia é que ambas sirvam de contraponto ao protesto nacional contra a presidenta marcado para 12 de abril. A última manifestação chamada contra a presidenta teve movimentos que defendiam seu impeachment e até mesmo uma intervenção militar. Por isso, o mote na manifestação dos governistas é “em defesa dos direitos da classe trabalhadora, por mais democracia, pelo combate à corrupção e em defesa da Petrobras”.

O encontro de dirigentes petistas também serviu para debater como o PT pode se reaproximar de sua base popular. Por isso, não faltaram falas em defesa do retorno às origens do partido e também a retomada da defesa de bandeiras históricas do partido. A crise vivida pelo governo é vista como indissociável dos problemas vividos pelos próprios petistas, com as denúncias contra parlamentares do partido e o tesoureiro nacional, João Vaccari Neto, de envolvimento na corrupção da Petrobras. Os diretórios estaduais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina chegaram a propor o afastamento de Vaccari do cargo. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que a reunião não poderia deliberar sobre o assunto.

O presidente do PT gaúcho, Ary Venazzi, afirmou que vai insistir para que o partido determine o afastamento dos cargos de comando de todos os acusados de irregularidades. O tema deve ser discutido na próxima reunião nacional. “É melhor para quem está sob suspeita, que terá condições de preparar a sua defesa sem outras preocupações e para o PT, que poderá seguir no debate político sem ter de carregar esse peso”, diz. Outro ponto que deve ser tratado é uma decisão interna para impedir o recebimento de doações empresariais, independentemente da reforma política ou de uma decisão do Supremo Tribunal Federal contra o dinheiro das pessoas jurídicas nas eleições. “O Rui Falcão falou sobre a necessidade de colocarmos em prática a proposta que pregamos, e outros dirigentes também apoiaram a ideia”, conta. Para Venazzi, os petistas precisam compreender que o governo é de coliazão, mas sem abandonar a disputa política e a luta pela implementação de projetos que antes defendia, como a taxação das grandes fortunas.

Apesar da disposição nos dois encontros para aumentar o apoio ao governo, em ambas ficou clara a necessidade do governo aprimorar o diálogo com o próprio partido da presidenta e com sindicalistas e movimentos populares. Para o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, Dilma precisa explicar aos trabalhadores como será feito o ajuste fiscal e quais são as metas dela para a retomada do crescimento. “A estagnação da economia causa perdas salariais e aumenta o desemprego”, diz.

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