A maioria dos brasileiros considera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está certo ao anunciar medidas de reciprocidade contra a decisão do ex-presidente americano Donald Trump de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada em julho de 2025, 55% dos entrevistados apoiam a resposta brasileira, enquanto 35% se posicionam contra e 10% não souberam opinar.
A reação do governo ocorre após Trump, em possível preparação para um novo mandato, enviar carta ao presidente Lula informando a imposição de pesadas taxas às exportações brasileiras. A medida foi justificada pelo ex-presidente americano com base na “injustiça” das relações comerciais entre os dois países e por uma suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Brasil.
O apoio à posição do governo Lula não é unânime. O levantamento mostra que entre os eleitores que se identificam como de direita, 70% consideram que Lula está errado em retaliar Trump. Já entre os que se dizem de esquerda, 85% concordam com a resposta brasileira. No centro político, o apoio é dividido: 48% a favor e 43% contra.
A pesquisa revela ainda que o episódio aprofunda a polarização política no país. Questionados sobre quem está certo nesse embate internacional, 49% dos entrevistados afirmaram que Lula e o PT agem de forma mais correta, enquanto 38% preferem Bolsonaro e seus aliados. Os 13% restantes não souberam ou não quiseram responder.
A repercussão da carta de Trump também gerou dúvidas sobre as possíveis motivações da medida. Para 44% dos entrevistados, a iniciativa do ex-presidente americano tem relação direta com sua aliança política com Bolsonaro. Outros 30% acreditam que se trata apenas de uma decisão econômica. Já 17% apontaram as críticas de Lula a Trump no encontro dos BRICS como fator motivador.
O levantamento indica que o episódio pode ter efeito limitado nas intenções de voto. A carta de Trump aumentaria a vontade de votar em Lula para 32% dos entrevistados e em Bolsonaro ou candidato apoiado por ele para 30%. A maioria (38%) declarou que o episódio não afeta sua decisão eleitoral.
A pesquisa ouviu 2.000 pessoas presencialmente entre os dias 5 e 8 de julho de 2025, em todos os estados do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
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