Conduzido coercitivamente para depor na 5ª fase da Operação Sodoma, o ex-vereador Lúdio Cabral (PT) – que disputou à Prefeitura de Cuiabá em 2012 -, negou que tenha utilizado dinheiro público para pagar dívidas de sua campanha.
A 5ª fase da Sodoma foi deflagrada na manhã desta terça (14.02), e investiga fraude à licitação, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas feitas por meio das empresas: Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, em benefício de suposta organização criminosa comandada pelo ex-governador, Silval da Cunha Barbosa (PMDB) - preso em setembro de 2015, na primeira fase da Sodoma. A Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (DEFAZ) cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, entre eles o do procurador geral da Câmara de Vereadores de Cuiabá, ex-presidente da OAB/MT Francisco Faiad (PMDB) – que disputou como vice de Lúdio em 2012. Além de Lúdio, oito pessoas foram conduzidas coercitivamente.
A suspeita é de que as empresas apontadas na Sodoma V teriam colocado dinheiro na campanha do petista, algo em torno de R$ 1,7 milhão.
À imprensa, Lúdio disse que estava depondo como informante. “Eu vim depor não na condição de investigado, mas na condição técnica que eles chamam de informante, todos os depoimentos não me envolvem em nenhum tipo de crime, há a citação de dívidas da campanha de 2012, de uma empresa de combustível que é objeto da investigação, dívidas que foram declaradas e posteriormente quitadas de forma documentada” declarou.
Quanto ao suposto valor de R$ 1,7 milhão recebido para a campanha, Lúdio disse não ter lógica a suposição. “Não tem lógica essa conta, eu estava até ali calculando quantos litros de combustível seriam R$ 1,7 milhão, mais de 500 mil litros, não tem lógica esse fornecimento desse volume de combustível em uma campanha eleitoral” disse.
Ele negou ainda que tenha usado dinheiro desviado do erário para pagar dívidas de sua campanha a prefeito de Cuiabá em 2012. Segundo ele, todas as dívidas foram quitadas com recursos enviados pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).
“A dívida total da campanha de 2012, de todos os fornecedores foi na ordem de R$ 2,3 milhões, e assim que a campanha foi concluída nós levantamos toda essa dívida, contatamos todos os credores, há um procedimento que a Justiça eleitoral exige que é a assunção da dívida pelo partido, porque a candidatura é uma pessoa jurídica temporária, tem CNPJ aberto apenas para movimentação financeira para a campanha, após as eleições há esse procedimento, e todos os credores são contactados, há um termo de confissão de divida que é assinado com a anuência dos credores, e depois uma programação para pagamento dessas despesas que não foram pagas na campanha, e esses pagamentos foram todos feitos com recursos oriundos do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores e está tudo documentado” explicou.
Conforme o petista, em nenhum momento os depoentes citaram seu nome na condição de envolvido. Ele ainda ressaltou que sua campanha não teve envolvimento com o governo.
“A campanha eleitoral não tinha relação nenhuma com o governo, nunca participei de atos executivos de governo algum, as despesas realizadas, as que não foram pagas, foram assumidas como dividas pelo PT e posteriormente quitadas com recursos do diretório nacional do PT, inclusive as de fornecimento de combustível” enfatizou.
Ao finalizar, Lúdio criticou o fato de ter sido conduzido coercitivamente a depor, segundo ele, poderia ter sido convidado a depor que prestaria todo e qualquer tipo de esclarecimento necessário. “Não havia necessidade de uma condução coercitiva para tratar desse tema, pois eu sequer sou investigado nessa operação, uma citação que despesas poderiam ter sido quitadas com recursos desviados, mas apenas suposição sem qualquer tipo de envolvimento da minha parte, portanto sem lógica essa condução coercitiva”, pontua
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