Em meio à comoção pública pela manutenção das atividades da Santa Casa, o secretário de Saúde Gilberto Figueiredo criticou nesta terça-feira (22.07), o que intitulou de “oportunistas” que estariam tentando surfar no apelo social. A declaração foi dada ao ser questionado sobre as movimentações do deputado federal Emanuelzinho (MDB) para que o Ministério da Saúde assuma a gestão do hospital.
Segundo Figueiredo, o Estado jamais contou com qualquer auxílio financeiro do Governo Federal para arcar com os custos da Santa Casa. “Nesse momento, surgem muitos oportunistas fazendo ilações, como se de repente fosse acontecer um milagre. Desde que reabrimos a Santa Casa, não recebemos nenhuma contribuição do Governo Federal para cobrir os custos mensais, que variam entre R$ 18 milhões e R$ 20 milhões”, destacou o secretário.
O Governo do Estado não planeja manter a Santa Casa após a inauguração do Hospital Central, prevista para o fim deste ano. O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), já se declarou interessado em incorporar o hospital à administração municipal. Para isso, busca, em conjunto com o Estado e a Assembleia Legislativa (ALMT), a aquisição do imóvel e sua posterior transferência à Prefeitura.
Crítico tanto ao prefeito Abilio Brunini quanto ao Governo do Estado, o deputado Emanuelzinho, valendo-se de sua ligação com o Executivo Federal, tenta intermediar a aquisição da Santa Casa por meio de recursos federais.
Figueiredo caracteriza a iniciativa de Emanuelzinho como uma clara manobra política. “Durante esses sete anos, não apareceu ninguém disposto a contribuir; e agora, no auge do apelo social, todo mundo surfa na solução pronta”, disparou Figueiredo.
O secretário acrescentou que, embora o Ministério da Saúde não o tenha procurado, sua gestão permanece de portas abertas. “Se o Ministério tem interesse em ajudar, nossas portas estão abertas. Contudo, até o momento não fui procurado. Se realmente há disposição em contribuir, nada mais justo do que buscar o prefeito, que já manifestou essa vontade”, concluiu.
O prédio onde funciona a unidade é administrado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), e o Estado desembolsa cerca de R$ 500 mil mensais em aluguel — verba destinada ao pagamento das dívidas trabalhistas da Santa Casa. Nos próximos dias, o imóvel deve ser levado a leilão para saldar passivos trabalhistas que somam, em torno de, R$ 50 milhões.
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