A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), voltou a se exaltar durante um café da manhã com jornalistas, realizado nesta sexta-feira (26.09), no Paço Couto Magalhães. Questionada sobre as entregas concretas realizadas em seus oito meses de mandato, Flávia rebateu críticas de vereadores e opositores que apontam a falta de resultados e listou uma série de ações desenvolvidas pela sua gestão.
A gestora atacou diretamente o ex-prefeito Kalil Baracat (MDB). Segundo ela, a antiga administração deixou de definir a área para construção do hospital maternidade durante três anos e ainda desapropriou um terreno inadequado para a obra.
“Três anos... Eles desapropriaram uma área por 4, 5 milhões de reais no Nova Várzea Grande, de 5.000 m², para colocar a maternidade. Mas não cabia, porque o Ministério da Saúde falou que tinha que ser uma área de 20.000 m², específica para 120 leitos. Não vem não, Kalil. Não vem não”, disparou.
Flávia destacou que, ao assumir o cargo, a Caixa Econômica Federal informou que bastava indicar o local para garantir o recurso. Ela afirmou que resolveu a questão em apenas dez dias, escolhendo a área no bairro Chapéu do Sol:
“Quem escolheu a área, correu atrás do projeto, licitou e fez tudo, fui eu. Não foi ninguém, não. Não venham agora querer ganhar louros, porque o recurso estava para ser perdido. Se você tivesse ganhado, ia ter perdido”, afirmou.
Frente às críticas por falta de entregas, a prefeita apresentou um balanço das obras e serviços realizados, embora sem especificar os locais e a natureza exata das intervenções. Citou a entrega de creches e escolas, a retomada de projetos paralisados e a reforma do Hemocentro e do Pronto-Socorro Municipal (PSVG). “O gerador de 40 anos foi trocado, o transformador de 40 anos foi trocado. O Pronto-Socorro nunca teve reforma, e agora está em obra”, relatou.
O gerador mencionado pela prefeita é o mesmo que queimou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ocasionando a transferência emergencial de pacientes do Pronto-Socorro de Várzea Grande para hospitais em Cuiabá, durante a madrugada. Segundo servidores da unidade, o equipamento não havia recebido manutenção desde o início da atual gestão.
Na saúde, Flávia afirmou que a gestão já realizou mais de 70 mil atendimentos pelo programa Fila Zero, além de mutirões de cirurgias ortopédicas e oftalmológicas. Também destacou a ampliação emergencial da UPA do Ipase em janeiro, que triplicou o número de leitos para pacientes com arboviroses.
A prefeita mencionou ainda casos de cirurgias de alta complexidade represadas há anos: “Mulheres que aguardavam até oito anos por cirurgia de útero foram operadas agora. Tenho fotos que mostram a gravidade da situação. Cumprimos com essas pacientes, e para mim, isso já é uma grande entrega”, declarou.
Outro ponto ressaltado foi o diagnóstico da concessão de água e esgoto. Flávia contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para analisar a concessão privada do DAE-VG — algo que, segundo ela, nenhuma gestão anterior teve coragem de fazer. A Fipe deve entregar o relatório com o diagnóstico na primeira quinzena de outubro.
Moretti também revelou que áreas do DAE ainda pertencem à SANEMAT (Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso).
“Descobrimos que áreas do DAE ainda pertencem à Sanemat e que o Estado deixou de repassar cerca de R$ 300 mil por mês em contas de água de escolas e órgãos públicos. Nenhum prefeito tinha olhado para isso”, enfatizou.
Na agricultura familiar, a prefeita destacou o recadastramento de produtores sem inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). A medida, segundo ela, permitirá que agricultores vendam diretamente ao município.
“Falamos de saúde, meio ambiente, agricultura e obras. Em todas as áreas há entregas. O que não podemos é aceitar que tentem minimizar os avanços desses oito meses”, concluiu Flávia.
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