O ex-prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), direcionou críticas duras à prefeita Flávia Moretti (PL) após o governador Mauro Mendes (União) afirmar que não é “doloroso” para uma mulher vítima de violência doméstica atravessar a ponte até Cuiabá para registrar boletim de ocorrência. Para Kalil, mais grave do que a fala do chefe do Executivo estadual é a omissão da atual gestora, que, segundo ele, deveria ter se manifestado como a principal voz em defesa das mulheres várzea-grandenses.
“Mais grave ainda é o silêncio da prefeita Flávia Moretti, que deveria ser a principal voz em defesa das mulheres várzea-grandenses. Flávia, o teu silêncio será complacente com a morte de muitas mulheres!”, disparou Kalil. O ex-prefeito reforçou que a ausência de posicionamento da prefeita diante de uma declaração que desconsidera a realidade das vítimas mostra falta de compromisso com a proteção feminina.
Além de cobrar a prefeita, Kalil repudiou a fala do governador Mauro Mendes. Para ele, a declaração demonstra desconhecimento total da realidade enfrentada por mulheres em situação de violência, que muitas vezes se encontram em risco imediato e não têm tempo ou condições para se deslocar até Cuiabá em busca de atendimento e proteção. “Essa fala despreza a importância de Várzea Grande contar com uma Delegacia da Mulher funcionando 24 horas”, acrescentou.
Kalil ainda aproveitou para relembrar ações implementadas em sua gestão, que, segundo ele, priorizaram os direitos das mulheres e garantiram que em 2023 não fosse registrado nenhum caso de feminicídio em Várzea Grande. Ele citou a criação da Casa de Amparo, que oferecia acolhimento a mulheres em situação de violência, além da oferta de cursos de qualificação profissional e acompanhamento terapêutico. Também destacou programas lançados em sua administração, como o Qualifica +VG, o Elas Empreendem e o fortalecimento da Casa de Sarita, transformada em política de Estado no município.
O ex-prefeito afirmou que a atual gestão descontinuou esses programas, o que, em sua avaliação, representou um retrocesso grave nas políticas públicas de proteção às mulheres. “Construímos uma ampla rede de proteção social que foi desmantelada pela atual administração. Essa falta de prioridade reflete na insegurança que hoje ameaça nossas mulheres”, criticou.
Kalil finalizou cobrando das autoridades estaduais e municipais uma resposta concreta diante do aumento da violência contra a mulher em Mato Grosso, que figura entre os estados com maiores índices de feminicídio do país. Para ele, tanto a fala de Mauro Mendes quanto o silêncio da prefeita Flávia Moretti expõem uma falta de sensibilidade e de compromisso com a vida das mulheres várzea-grandenses.
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