O senador Jayme Campos (União) destacou, nessa sexta-feira (26.09) durante audiência pública na Câmara Municipal de Vereadores, a urgência de políticas públicas voltadas às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O parlamentar apresentou números que classificou como “alarmantes” e se comprometeu a buscar recursos federais para a construção da Casa do Autista no município.
Segundo Campos, Mato Grosso registrou um crescimento de 400% nos casos de autismo nos últimos cinco anos. Ele citou que, conforme dados da Secretaria de Educação, o Estado possui cerca de 130 mil pessoas com diagnóstico. Em um exemplo emblemático, mencionou o município de Alto Garças, que, mesmo pequeno, já contabiliza 141 autistas registrados.
“Não sabemos ainda as causas desse aumento tão grande. Pode ser a alimentação, a água ou outros fatores ambientais. É algo que precisa ser estudado cientificamente, mas o que não podemos é deixar de agir”, afirmou o senador.
Atualmente, a rede municipal de ensino de Várzea Grande possui 224 alunos com laudo formal de TEA matriculados, número considerado subestimado pela própria gestão, já que há crianças sem laudo ou atendidas em instituições privadas.
Além disso, o município sancionou recentemente a lei que institui o programa “Autismo na Escola” e discute a criação da Casa do Autista, projeto estimado em R$ 15 milhões.
“Se a Prefeitura apresentar o projeto executivo, eu garanto o recurso em Brasília. Mas precisa ser um projeto completo, não um rabisco em papel”, ressaltou Jayme Campos, ao cobrar que a prefeita Fávia Moretti (PL) acelere a elaboração técnica.
O senador também criticou a demora em liberar recursos já assegurados e parados na Caixa Econômica Federal desde 2024, destinados a obras sociais e de infraestrutura em Várzea Grande.
Contexto estadual e nacional
Dados do Censo 2022 mostram que Mato Grosso tem 41.247 pessoas autistas declaradas. No Brasil, são 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico formal, o equivalente a cerca de 1 em cada 38 habitantes. Especialistas apontam que a disparidade entre registros locais e números oficiais nacionais indica subnotificação e dificuldade de consolidação de dados.
Para o senador, a falta de informações precisas compromete a elaboração de políticas públicas. Ele reforçou o compromisso de buscar investimentos não só para o atendimento de autistas, mas também para áreas como inclusão escolar, capacitação de professores e projetos sociais voltados a idosos.
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