Conduzido coercitivamente para prestar depoimento na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra Administração Pública (Defaz), durante a deflagração da 5ª Fase da Operação Sodoma, o médico Lúdio Cabral (PT), em ato de desagravo organizado pelo PT, realizado na noite dessa segunda (20.02) na sede do Sintep/MT, disse ainda se sentir abalado com sua condução.
A Sodoma V foi deflagrada na última terça-feira (14.02), e investiga desvio de R$ 1,7 milhão do governo do Estado que supostamente foi usado para pagar despesas de campanha eleitoral do petista em 2012, ocasião em que ele disputou a Prefeitura de Cuiabá, tendo como vice o advogado Francisco Faiad (PDMB) – preso durante a operação e solto nessa segunda (20).
Lúdio destacou que nunca tinha ido parar em uma Delegacia, e sempre foi pacificador. “Eu tenho 45 anos e nunca tinha ido parar em uma Delegacia de Polícia, nem quando eu era estudante, em movimentos estudantis, que muitas das vezes fazia as confusões mediante a luta no movimento estudantil e as vezes tinha até vontade de parar em uma Delegacia para poder contar para os nossos netos que nós lutamos na juventude e fomos um dia parar em uma Delegacia. Mas eu sempre fui dos pacifistas, sempre fui dos pacificadores dos movimentos, sempre fazia todo esforço para não deixar ninguém apanhar da polícia, para não deixar nada de ruim acontecer. E eu tive a tristeza, a dor de semana passada ter sido conduzido coercitivamente para prestar um depoimento na Delegacia de Polícia” contou.
O petista ainda relatou que vive sem luxos, mora em uma quitinete, sendo que sua casa deixou para sua ex-mulher, e que estão tentando envolve-lo em uma quadrilha sem saber sua real situação de vida.
“As pessoas que construíram a narrativa, que originou a minha condução, estão tentando me envolver em uma quadrilha e não sabem como eu vivo, não percebem que não casa a narrativa que eles tentam construir pelo meu modo de vida. Os títulos das matérias de todos os sites e jornais fazem parte de uma narrativa que sustentou a tal da condução coercitiva que eu sofri naquela terça, da que Lúdio participou de esquema que desviou milhões do governo do Estado para pagar dívida de campanha de 2012, dívidas de combustível” enfatizou.
Conforme ele, os próprios servidores que foram cumprir o mandado de condução coercitiva e de busca e apreensão em sua residência se surpreenderam com o local onde ele mora. “O Lúdio mora em uma quitinete, mora em um lugar que tem uma sala cheia de caixas no chão, dois colchões no chão, uma televisão e uma geladeira” disse.
Ainda falando sobre seu estado financeiro, Lúdio afirmou que escolheu viver sem luxos. “Quando entrei na faculdade escolhi ser médico para dedicar à saúde pública, fazer voto de pobreza, pois quem escolhe esse caminho não ganha dinheiro, meu patrimônio hoje é meu carro que está na oficina com a suspensão quebrada até a casa que eu tinha, me separei da Ana e hoje a casa é dela, vivo do meu salário como médico do município de Cuiabá e como médico servidor do Estado, além de plantões médicos que faço em um hospital de Santo Antônio para pagar as minhas despesas e as despesas do meu filho”.
Ao finalizar sua fala, Lúdio disse que sofre as consequências de sua condução coercitiva até quando vai na padaria para tomar um simples café, e garantiu que sua campanha em 2012, foi modesta, mas, que após engajar tomou proporções que fugiram do controle.
“Fizemos uma campanha em 2012 muita modesta, assim como sempre fazemos. Tínhamos uma aliança nacional, mas, houve um momento que essa campanha alcançou um engajamento da população muito forte e mobilizou um conjunto de apoiadores e deram a essa campanha um tamanho ao qual não estávamos acostumados” conclui.
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