Em entrevista ao oticias a prefeita Lucimar Sacre de Campos (DEM), faz um balanço de sua atuação à frente da Prefeitura, fala das conquistas, da relação amorosa e fraterna com a sociedade. Ela fala como lida com as críticas e atribui o alto índice de aprovação à dedicação, empenho e ao trabalho. Confira
oticias: Como a senhora se autoavalia a frente da prefeitura de Várzea Grande?
Prefeita Lucimar: Olha, diferente de outras categorias, acredito que o político, aquele que exerce cargo eletivo, não pode se autoavaliar, pois isto é feito pelo crivo das urnas, pelo próprio eleitor.
Por outro lado, gostaria de lembrar, sem parecer contraditória, que para conquistar o mandato eletivo colocamos propostas para o eleitor, então temos sim que buscar cumprir aquilo que os levou a votar em nós e isto só podemos fazer se constantemente buscarmos, dentro dos limites legais, pois o gestor público não pode tudo, e sim aquilo que a lei autoriza cumprir, atender aos anseios sociais e construir uma vida de melhor qualidade para todos.
oticias: Que tipo relação acredita ter construído com a população várzea-grandense?
Prefeita Lucimar: Acho que além de uma relação fraterna, uma relação calcada em fazer aquilo que é possível de se fazer. Não vendo falsas esperanças, em que pese o cidadão, de uma maneira em geral, sempre desejar mais e melhores políticas públicas, o que é normal na relação democrática com o Poder Público.
Agora, sempre espelho minha atuação em todo o conhecimento reunido junto com meu esposo Jayme Campos, que foi três vezes prefeito de Várzea Grande, governador de Mato Grosso e cumpre seu segundo mandato como senador da República, todos cargos conquistados através da livre vontade popular do povo de Mato Grosso.
Mas reafirmo, nem tudo o gestor público pode fazer, e essa é uma relação que depende de cada um cumprir com suas obrigações. Não existe só diretos, existe sim direitos e deveres para ambos os lados, para os gestores públicos e para a população de uma maneira em geral.
oticias: Como a senhora lida com eventuais críticas em relação a sua gestão?
Prefeita Lucimar: Da melhor maneira possível. Críticas saudáveis fazem parte do processo democrático e do dia a dia de nossa sociedade e devem ser avaliadas com respeito e como forma de estimular para se tentar corrigir eventuais rumos em uma gestão.
Agora, críticas pessoais, sem razões, do criticar por criticar, não ajudam, não contribuem e não resolvem os problemas. Muitos criticam sem apresentar uma solução, sob o argumento de que o papel deles é apontar os erros e não as soluções, mas para quem deseja o melhor para o conjunto da sociedade, da cidade, do Estado e do País, a contribuição, se for boa é sempre bem-vinda.
O que não pode parecer, mas fica sempre no conceito social, é de que as obrigações são apenas dos gestores públicos e dos políticos, quando todos têm direitos e obrigações.
Resta saber se os ferrenhos críticos têm a solução. Criticar é fácil. Resolver os problemas de forma definitiva, ainda mais em uma cidade, um Estado ou um País é bem diferente. Acredito que fiz, estamos fazendo e vamos continuar fazendo o melhor que podemos na construção de uma Várzea Grande melhor, mais humana, de mais qualidade e com uma população mais feliz, pois tudo que fazemos tem amor, gratidão, cuidado e crença em um futuro melhor. Estamos dando nossa contribuição.
oticias: A que/quem a senhora credita sua aprovação pela maior parte da população várzea-grandense?
Prefeita Lucimar: À nossa dedicação, empenho e, principalmente, respeito para com a população e seus anseios. É claro e óbvio que não vamos solucionar todos os problemas que existem, mas na medida do possível trabalhamos pelo conjunto da cidade de Várzea Grande e de sua população.
Agora, quando falo em dedicação, empenho e respeito, falo de uma gestão, não apenas da prefeita e do vice, José Hazama, mas de uma gestão que envolve a todos os secretários, assessores e, principalmente, os servidores que são a mão do Poder Público que leva a saúde, a educação, o social, as obras, enfim, todos os serviços públicos de interesse da coletividade.
Volto a frisar que tudo que aprendi como primeira-dama de Várzea Grande, de Mato Grosso e acompanhando o senador Jayme Campos, tento colocar em prática para dar o melhor de mim pela cidade que me acolheu e me deu oportunidade de ser prefeita.
Tenho convicção de que tive um grande professor e continuo tendo um grande companheiro, Jayme Campos, que participa ativamente porque gosta da cidade, ama Várzea Grande e não se cansa de dizer que nasceu, criou, vive e vai ficar aqui para sempre,independente de cargo político.
oticias: Existe alguma frustração em relação ao seu mandato como prefeita? Algo que, apesar de esforços, não conseguiu realizar no município?
Prefeita Lucimar: Não trataria como frustração, mas sim como metas que não foram atingidas, ou que não foram plenamente atingidas, mas foram iniciadas e vão com o passar do tempo se tornar realidade, mas começaram em nossa gestão.
Um dos exemplos é a questão das moradias. Quando assumimos existiam mais de 5 mil moradias em obras paralisadas por problemas na relação comercial entre empresários e bancos financiadores.
Conseguimos solucionar parte desta situação, como o São Benedito, com 1.281 casas já entregues e ainda neste ano vamos entregar mais R$ 1.400 casas do Santa Bárbara I, II, III, IV e V que estão praticamente concluídas, e se possível ainda faremos a entrega do Colinas Douradas, com mais 1.000 casas.
Restarão outros residenciais que diante da burocracia e de outras questões que fogem à competência do Poder Público não poderão ser entregues para a população que tanto precisa e merece, afinal de contas não são casas gratuitas e sim financiadas e devem atender a quem necessita.
Lembro ainda que essa decisão não é somente da gestão municipal, mas passa pelos Governos Federal e Estadual também, além de outros entraves legais.
Também considero a questão do saneamento básico, ou seja, abastecimento de água e esgoto sanitário. Resgatamos quase R$ 500 milhões em investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC que estavam perdidos por falta de capacidade de endividamento de Várzea Grande. Licitamos obras de esgoto sanitário que em parte estão sendo executadas, mas novamente a burocracia, a troca no governo federal e o novo governo acabaram não efetivando a parte mais importante, que era o resgate da questão do abastecimento de água, mas o próprio município tem se esforçado para avançar e melhorar neste quesito.
oticias: Considerando que seu mandato como prefeita está prestes a terminar, o que espera da próxima gestão?
Prefeita Lucimar: O reconhecimento que desejo é da população de Várzea Grande, uma cidade que me acolheu como recebeu e recebe milhares de pessoas que vieram de todos os cantos do Brasil e transformaram esta terra maravilhosa em terra de oportunidades. Aqui construí meu maior tesouro, minha família, também minha maior satisfação, as amizades.
Quanto aos futuros gestores, que eles continuem aquilo que a população considera como certo e que mudem, se assim o desejar, aquilo que a população não concorda, sempre lembrando que o gestor público não pode tudo, e sim aquilo que a lei autoriza e o que as condições técnicas e financeiras permitirem.
Ao gestor público compete fazer o que planejou e for o melhor para o conjunto da população e da cidade, pois são muitos os problemas e a cada momento surgem novidades que necessitam ser avaliadas.
oticias: Como é ser a segunda mulher à frente da Prefeitura de Várzea Grande? Já sofreu algum tipo de preconceito ou teve sua atuação na política minimizada apenas pelo fato de ser mulher?
Prefeita Lucimar: Olha, não é a primeira vez que me perguntam sobre a mulher no poder público e uma possível discriminação. Posso até ter sofrido indiretamente alguma coisa, não que eu tenha percebido, mas o mundo político é cheio de nuances.
Os eleitores me confiaram um mandato de prefeita. É claro que alguns votaram em mim porque sou mulher, outras porque sou de uma família tradicional na política, os Campos, outros porque simpatizaram comigo, então motivos são muitos, alguns podem até discriminar, mas não vejo que isto me atrapalhou ou prejudicou minha gestão.
Por outro lado, me sinto lisonjeada em ser a segunda prefeita de Várzea Grande, cidade que me acolheu e me deu oportunidades ímpares e muito mais homenageada, apesar da distância que separa nossos mandatos de ter gerenciado a cidade que foi administrada por Sarita Baracat em uma época que, aí sim, tinham raríssimas presenças femininas em cargos políticos.
oticias: Quais melhorias a senhora acredita ter trazido para Várzea Grande durante os cinco anos em que esteve à frente da Prefeitura?
Prefeita Lucimar: Qualidade de vida e autoestima, ou seja, quem reside em Várzea Grande, tendo nascido ou não aqui, sente que o Poder Público está fazendo de tudo para melhorar os serviços essenciais como saúde, educação, segurança, social e obras. Ter satisfação em morar na cidade e ver que ela cresce e melhora, apesar de uma série de influência externas.
Avançamos em todos os setores essenciais. Não o tanto que gostaríamos, mas no conjunto de ações do Poder Executivo nos últimos anos tenho convicção de que melhoramos. Temos problemas, isto é fato, e alguns deles ainda irão perdurar por algum tempo, por isso que é importante que algumas políticas públicas devam ser mantidas, independente de quem seja o próximo prefeito, para que a vida das pessoas continue a melhorar.
Veja que Várzea Grande já tem capacidade e está investindo em lazer, que seria algo mais do que essencial, mas que acaba sendo postergado por causa de outros investimentos como saúde, segurança, educação e social.
Estamos realizando obras importantes na melhoria da qualidade de vida das pessoas, como praças, espaços públicos de lazer, e vamos certamente ter uma orla com uma nova concepção arquitetônica para cultura, lazer, esporte e, principalmente, autoestima do cidadão.
Também teremos, apesar dos imprevistos, o Parque Berneck, que se tornará uma área pública de lazer e preservação ambiental dentro da zona urbana e que será referência, assim como outros parques como o Tanque do Fancho e o Parque dos Ipês.
oticias: Após o fim de seu mandato, como acredita que será lembrada pela população várzea-grandense?
Prefeita Lucimar: Essa é uma resposta complicada, até porque na primeira pergunta apontei que políticos com mandato devem ser avaliados pelos eleitores e isto só acontece enfrentando as urnas.
Mas também tenho minhas convicções pessoais de que me dediquei, me empenhei e vou continuar trabalhando arduamente até o último dia de minha gestão para buscar atender aos anseios da população e da cidade de Várzea Grande.
Por exemplo, as pessoas irão lembrar do novo Complexo Esportivo do Ginásio Júlio Domingos de Campos, o Fiotão, assim como da nova Avenida Filinto Muller; da área de esporte e lazer da 31 de Março; de todas as escolas públicas que foram reconstruídas e das novas, de 15 Centros Municipais de Educação Infantil – CMEIS, de todas as unidades de saúde inauguradas e entregues e dos milhares de quilômetros de novas ruas e avenidas pavimentadas e outras recapeadas, portanto, muito avançamos e queremos ser avaliados por isso, pois foi nossa proposta de governo.
Reafirmo aqui o que pronunciei no dia da minha posse: “Não descansarei enquanto olhar para os lados e ver que tem alguém que precisa do nosso apoio, da nossa ajuda e da atenção na busca da solução dos problemas do conjunto da sociedade”.
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