O empresário Antônio Rodrigues de Carvalho, dono da Santorini Empreendimentos Imobiliários, presta depoimento neste momento à juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, na ação penal a qual responde por supostamente participar do esquema que desviou mais de R$ 15,8 milhões dos cofres públicos do Estado, por meio da desapropriação fraudulenta de um imóvel localizado na Capital.
Na denúncia, o Ministério Público Estadual (MPE) acusa a empresa Santorini Empreendimentos de receber várias transferências bancárias, por meio do advogado Levi Machado de Oliveira, no intuito de “lavar” a propina da suposta organização criminosa do ex-governador Silval Barbosa, na desapropriação fraudulenta de um imóvel que corresponde ao bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, paga em 2014 na gestão do peemedebista por R$ 31,7 milhões.
Carvalho é um dos delatores da Operação Sodoma, terceira fase. Sua delação foi firmada junto ao Ministério Público.
Atualizada às 14h24min - Em depoimento, Antônio Rodrigues contou que a empresa Santorini tinha autorizado para expropriar a área desde 1997, mas só em 2011 ele pediu que o Estado adquirisse a área pelo valor de R$ 37,1 milhões.
O delator contou que, somente em 2014 o Estado mostrou interesse em desapropriar a área. Ele relatou que em janeiro daquele ano participou de uma reunião agendada com Chico Lima e o então secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, na sede da Sefaz. Nesta reunião, segundo ele, Cursi exigiu que 50% do valor pago pela desapropriação retornasse para o grupo.
Conforme ele, Chico Lima disse na época que não existia outra forma de receber o dinheiro se não deixasse os 50% para o Estado. "Eu estava esperando por essa negociação por mais de 18 anos, e tinha muitas dívidas no valor total de R$ 30 milhões. Aceitei o acordo".
Ele declarou que como não tinha como abrir conta no banco por causa da dívida, o delator acertou com o advogado Levi Machado, para receber o dinheiro pela conta dele. Ele revela que assinou um contrato fictício com uma empresa (determinada pelo Estado) o qual ele repassou os R$ 15,8 milhões oriundo do retorno pela desapropriação da área.
Atualizada às 14h29min - Antônio afirma que em um determinado momento, assinou um novo contrato fictício, porém, não soube informar porque teve que assinar um novo contrato. No contrato constava uma dívida de cessão onerosa da área. Ele conta que recebeu os R$ 15 milhões da desapropriação da área em 12 parcelas.
O suposto contrato fictício, o delator afirma que assinou com o empresário Filinto Muller em 2014, mas que o contrato foi assinado com data retroativa de 2012.
Atualizada às 14h44min - O empresário conta que todas as parcelas pagas pelo Estado foram depositadas na conta do advogado Levi Machado, e assim que o dinheiro chegava era repassado parte dele para a empresa de Filinto Muller- o empresário segundo o MP, repassava a quantia ao grupo de Silval Barbosa. " O advogado Levi Machado sabia que o dinheiro que tinha que repassar era de propina", declarou o delator.
Atualizada às 14h58min - No depoimento, o delator diz desconhecer que a empresa de Filinto Muller era "laranja", e que apenas sabia que deveria passar 50% dos valores tratados com o Estado para empresa do empresário. "Eu repassava a parte acordada com o Estado para a empresa desse Filinto".
Sobre valores recebidos pelo advogado Levi Machado no suposta esquema, Antônio Rodrigues revelou que o advogado recebeu valores referentes a honorários advocaticios oriundos do processo de desapropriação.
"Eu achava que o Chico Lima era meu amigo. Eu não sabia que ele iria receber dinheiro por essa desapropriação" disse.
Atualizada às 15h17min - O delator relata que no dia que Marcel realizou a proposta da "propina" de 50% do valor da área desapropriada, "ele estava como negociador do Estado". "Não estava ali para passar mão na minha cabeça. Eu estava encurralado, não tinha o que fazer. Eu aceitei", disse ao voltar citar dívida milionária com a Caixa Econômica Federal de aproximadamente R$ 65 milhões.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).