Um dos coronéis que faz parte do Conselho de Coronéis da Polícia Militar, que julga a conduta dos militares envolvidos no esquema dos grampos ilegais "grampolândia pantaneira", questionou ao coronel Evandro Lesco, se as promoções dele e do coronel Zaqueu Barbosa teriam sido uma espécie de “prêmio de consolação” em troca do favor que fizeram ao então senador Pedro Taques (PSDB).
Evandro Lesco também foi questionado se tinha uma correlação com sua promoção de tenente-coronel quando ainda era coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em 2014, época em que iniciou os grampos ilegais, e ter sido promovido a coronel logo após o esquema dos grampos. Eles lembraram também que o ex-governador Pedro Taques era apenas senador e o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques coordenador de Campanha do então primo Pedro.
Ele foi indagado ainda, quanto a ter ocupado o cargo de chefe de a Casa Militar, função que exige “muita” experiência. “Quando chegou em 2015, porque que o senhor foi nomeado chefe da Casa Militar? Era do Gaeco, fez um trabalho para o coordenador de campanha do Pedro Taques, fez um trabalho para o senador e foi contemplado chefe da Casa Militar, não é qualquer coronel que assumiria essa função”, destacou um dos coronéis do Conselho, insinuando que Lesco teria sido contemplado com a função pelos favores que fez ao tucano Pedro Taques e ao seu primo Paulo Taques.
Além disso, foi questionado porque Lesco recebeu ordens em 2014, de pessoas que não tinha vínculo hierárquico com ele, para cometer ato ilícito sem almejar algo no futuro? “Estou tentando entender. Em 2014, o então Paulo Taques não era secretário e nem você chefe da Casa Militar e acabou recebendo ordem para fazer este serviço. Lá em 2014, nós tínhamos a figura do senador Pedro Taques e do advogado Paulo Taques, para propor este tipo de serviço para o réu e para o Zaqueu (coronel Zaqueu Barbosa também réu na ação). O que parece é que naquele momento eles obedeciam a aquelas ordens por amizade, porque ele não tinha nenhum vínculo com o senador e nem com o advogado, ele era coordenador do Gaeco”, reforça o coronel.
A maioria do Conselho diz acreditar que os grampos ilegais aconteceram em troca de cargos que seria um “prêmio de consolação”. “Por isso, que eu estou dizendo que tem um prêmio de consolação por um serviço que foi feito”.
Lesco, por sua vez, disse que foi promovido em 2016, e no ano dos grampos era apenas coordenador de Segurança do Governo. “Eu tenho minha promoção ao posto de coronel da Polícia Militar no dia 21 de abril do ano de 2016. Em 2015, eu ocupava o posto de tenente-coronel da Polícia Militar era nomeado com cargo comissionado como coordenador de segurança, não era chefe de a Casa Militar".
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