O deputado estadual Wilson Santos (PSD) criticou a atuação do Governo de Mato Grosso na condução da crise do endividamento dos servidores públicos com empréstimos consignados. Durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, nesta semana, o parlamentar afirmou que o Estado foi omisso e deixou de exercer o papel de controle sobre as operações financeiras envolvendo bancos e sociedades de crédito.
Santos iniciou seu discurso reconhecendo avanços da atual gestão em áreas como infraestrutura rodoviária e saúde, destacando a entrega de hospitais e a melhoria da nota fiscal do Estado junto à Secretaria do Tesouro Nacional. No entanto, chamou atenção para uma declaração recente do governador Mauro Mendes (União), que teria afirmado que o Executivo estadual “não tem nada a ver” com os contratos firmados entre servidores e instituições financeiras.
“Ao ouvir isso, fui estudar o tema e recorrer a dados da própria Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG), apresentados em reunião no Tribunal de Contas. O próprio governo admite que a SEPLAG é o órgão central de controle dos consignados. Como então não tem responsabilidade?”, questionou Wilson Santos.
Com o apoio de slides da apresentação feita pelo secretário Basílio Bezerra, o deputado demonstrou que, apesar das obrigações assumidas pela SEPLAG e pela Desenvolve MT, como credenciamento, averbações, fiscalização e transparência, os mecanismos de proteção aos servidores não foram implementados. “Dos oito direitos apontados aos servidores na contratação dos consignados, praticamente nenhum foi cumprido”, afirmou.
Wilson também destacou o crescimento expressivo de operações de crédito realizadas por algumas instituições. Ele citou o caso da empresa Capital, que saltou de R$ 106 mil emprestados em 2022 para R$ 48 milhões em 2025, um aumento de mais de 4 milhões por cento. “Esse crescimento absurdo demonstra a ausência de controle e fiscalização”, apontou.
Outro ponto levantado foi o papel do Fundo de Desenvolvimento do Estado, que, segundo o parlamentar, recebe 3% dos juros cobrados dos servidores. “O próprio Estado se beneficia da cobrança de juros, enquanto o servidor se endivida”, disse.
Ao final, Wilson Santos reiterou o respeito ao governador, mas enfatizou que, no caso dos empréstimos consignados, o governo “cometeu erros e foi omisso”. Para ele, é necessária uma atuação mais transparente e responsável do Executivo para evitar o agravamento da situação financeira dos servidores.
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