O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), reiterou na manhã desta quinta-feira (22.05), em entrevista concedida durante visita à Câmara Municipal, que o remanejamento das salas de atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica, anteriormente instaladas nas UPAs do Leblon e do Verdão, ocorreu por determinação do Ministério da Saúde.
Segundo o prefeito, uma comitiva técnica do Ministério esteve na UPA do Verdão em março, durante uma ação voltada ao enfrentamento do aumento de casos de dengue no município. Na ocasião, os técnicos identificaram que as salas de acolhimento estavam localizadas em frente à sala vermelha — setor destinado ao atendimento de urgência e emergência —, o que comprometia o fluxo interno da unidade. Diante disso, a relocação foi considerada necessária.
Brunini acrescentou que a equipe do Ministério da Saúde também apontou que as Unidades de Pronto Atendimento não são espaços adequados para serviços de terapia ou acompanhamento psicossocial. “A UPA é destinada ao tratamento de doenças, e não ao atendimento psicológico contínuo. Ao manter uma sala de acolhimento em um ambiente com alta circulação de agentes infecciosos, expomos mulheres em situação de vulnerabilidade a outros riscos à saúde”, justificou.
O prefeito assegurou que os atendimentos a vítimas de violência continuam sendo realizados conforme os protocolos institucionais. “Quando uma mulher chega à unidade com lesões físicas, ela é imediatamente atendida por uma equipe médica. Ao mesmo tempo, a assistência social aciona a Polícia Civil e os profissionais do MEC (Mulher, Criança e Idoso), que registram a ocorrência no próprio local. Após o atendimento inicial, a paciente é encaminhada ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde recebe suporte emocional e acompanhamento especializado oferecido pela Secretaria da Mulher”, explicou.
Questionado sobre o possível impacto do deslocamento até o HMC para mulheres que moram em regiões distantes, o prefeito afirmou que o trajeto permanece o mesmo e que a logística de atendimento continua garantida. Brunini reforçou, ainda, que nenhum atendimento foi descontinuado.
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