O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou nesta terça-feira (08.07) que poderá comprar a Santa Casa de Misericórdia com recursos do próprio município, caso o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa (ALMT) não avancem em uma solução para manter a unidade em funcionamento. Segundo ele, o assunto esfriou entre os deputados e a estrutura corre risco de ser fechada.
“Não acredito que o Estado vá deixar de adquirir esse imóvel. Se ele deixar de adquirir, nós vamos ter que buscar outros caminhos. O meu desejo é não deixar a Santa Casa acabar. Estou quase fazendo uma dívida para o município de Cuiabá e comprando tudo com a Justiça, porque eu estou vendo que os outros entes não estão interessados no assunto”, afirmou Abilio.
Questionado sobre o que falta para efetivar a compra, respondeu diretamente: “Só falta dinheiro”.
A preocupação do prefeito surge após o governador Mauro Mendes (União) anunciar que o Estado deixará de utilizar a Santa Casa após a inauguração do novo Hospital Central, prevista para o final do ano. Segundo Mendes, os serviços prestados atualmente serão transferidos para a nova unidade. Em comparação, o governador declarou que “quem compra a casa própria, não tem que continuar pagando o aluguel”.
A Santa Casa é atualmente mantida com recursos estaduais e serve como retaguarda para o Sistema Único de Saúde (SUS) em Cuiabá. O aluguel da unidade custa R$ 400 mil por mês, segundo o governo estadual, que alega não ter motivo para manter o contrato após a abertura do novo hospital.
Apesar de deputados estaduais terem firmado compromisso para evitar o fechamento da unidade, Abilio afirma que o engajamento inicial dos parlamentares não se sustentou com o tempo. “Comecei essa discussão, depois passamos isso para a Assembleia Legislativa, os deputados no começo até se interessaram e depois foram sumindo”, disse.
Ele agora busca uma negociação com a Justiça do Trabalho para tentar viabilizar a compra por meio de parcelamento ou outra alternativa jurídica. “Vou ver com a Justiça do Trabalho, vou ver se ela aceita uma proposta de parcelamento, alguma coisa que a gente possa fazer”, concluiu.
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