Mais de 90% das mulheres assassinadas em casos de feminicídio em Mato Grosso, em 2025, não tinham nenhuma medida protetiva de urgência em vigor. O dado foi divulgado pela Polícia Civil nesta terça-feira (05.08), durante coletiva da Operação Shamar — ação nacional de combate à violência doméstica no contexto da campanha Agosto Lilás.
Segundo a delegada Judá Maali, da Delegacia da Mulher de Cuiabá, embora mais de 80% dos agressores respeitem as ordens judiciais quando elas são concedidas, a maioria das vítimas fatais nunca chegou a formalizar denúncia. “As mulheres que não solicitam proteção ficam vulneráveis. Muitas acreditam que vão conseguir resolver sozinhas ou que o agressor vai mudar, mas a realidade mostra o contrário”, afirmou.
Nos primeiros seis meses deste ano, o estado já havia registrado 27 feminicídios em 2025. Ao todo, 30 suspeitos foram identificados: 26 foram presos, dois morreram (em confronto com a polícia ou por suicídio), e um segue foragido.
As delegadas que atuam diretamente no atendimento às vítimas apontam que muitas mulheres acabam retomando o relacionamento com o agressor mesmo após uma denúncia inicial, o que contribui para a quebra de medidas protetivas quando elas existem ou para a ausência total de pedidos de proteção judicial.
A Polícia Civil também reforça que a violência doméstica atinge todas as classes sociais. “A violência contra a mulher é igualitária na perversidade. Já prendemos de desempregados a profissionais liberais armados, ameaçando ex-companheiras com revólver dentro de condomínio fechado”, relatou a delegada Judá.
Durante a operação realizada nesta terça-feira, uma pistola e uma arma longa foram apreendidas com um único suspeito. Segundo a polícia, o armamento era usado para intimidar a ex-parceira. 13 mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
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