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Entrevista da Semana Sexta-feira, 05 de Abril de 2024, 18:04 - A | A

Sexta-feira, 05 de Abril de 2024, 18h:04 - A | A

Entrevista da Semana

Deputado destaca emendas para Cuiabá e aguarda reconhecimento em pesquisas como pré-candidato

O tucano externou sobre seus projetos voltados para saúde mental, na qual considera uma pandemia no país

Adriana Assunção & Angelica Gomes/VGN

O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), empresário e engenheiro, compartilhou, em entrevista ao , sua visão sobre a pré-candidatura à Prefeitura de Cuiabá. Ele espera que as próximas pesquisas consolidem sua posição, refletindo sua gestão no PSDB de Mato Grosso e seu mandato legislativo.

Avallone expressou otimismo quanto à sua aceitação pela população, apesar de ainda não figurar nas pesquisas estimuladas: "Espero ser reconhecido nas pesquisas, o que permitiria consolidar minha candidatura", disse ao .

O deputado destacou seus projetos para a saúde mental, considerada por ele, uma pandemia no país. Relatou esforços para alocar uma emenda de R$ 20 milhões para estabelecer três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS-3) em Cuiabá e aprimorar a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) através de reestruturação, qualificação e capacitação.

Avallone também ressaltou sua atuação na Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa, mencionando a novidade do "Orçamento Mulher". Esse relatório, que será detalhado em breve, evidenciará os investimentos realizados em 2023 relacionados às mulheres. Ele abordou sua preocupação com a posição de Mato Grosso no ranking de feminicídios: "É inaceitável que Mato Grosso, sendo um líder nacional em produção, ocupe também a primeira posição em assassinatos de mulheres", lamentou.

Por fim, o deputado opinou sobre a proibição de 12 espécies de peixes, a gestão da saúde em Cuiabá, e sua interação com representantes de diferentes espectros políticos, demonstrando uma abordagem aberta e conciliadora.

VEJA ABAIXO A ENTREVISTA COMPLETA

VGN: O deputado Carlos Avallone é pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá, ou seria essa uma manobra estratégica visando uma possível indicação para vice?

Carlos Avallone: Optar pela vice-candidatura não seria lógico para mim. Ser deputado oferece maior amplitude de atuação e capacidade de articulação. Viajo por todo o estado e me envolvo em projetos futuros. Assim, afirmo minha pré-candidatura à prefeitura, sem buscar artifícios para uma possível candidatura à vice.

VGN: Poderia destacar algumas de suas iniciativas legislativas que beneficiaram Cuiabá recentemente?

Carlos Avallone: Dentre minhas ações, destaco as emendas voltadas à saúde, que foram cruciais para Cuiabá, sobretudo devido ao impasse entre Prefeitura e Governo Estadual. Contribuí para o bairro Araés e para a realização de campeonatos esportivos. Além disso, promovi a instalação de academias de ginástica em dez bairros. Estou à frente de um projeto ambicioso, com uma emenda de R$ 20 milhões destinada à saúde mental em todo o estado, incluindo Cuiabá, que financiará a implementação de três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS-3) e o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

VGN: Qual sua visão sobre a intervenção na gestão da saúde em Cuiabá?

Carlos Avallone: Considerando o conflito existente entre as esferas estadual e municipal, a intervenção, apesar de não ideal, mostrou-se necessária. Meu voto favorável foi pautado no compromisso com a Comissão de Saúde da Assembleia, refletindo a urgência em atender às demandas de saúde da população.

VGN: O PSDB tem sido uma opção destacada para pré-candidatos em Cuiabá e Várzea Grande. Contudo, é conhecido que o senhor não permite filiações fora do período determinado pela Justiça Eleitoral. Os interessados são informados dessa política previamente? Qual a razão para essa postura?

Carlos Avallone: A razão é simples: fidelidade partidária é um princípio inegociável para mim. Não endosso nem mesmo o período de flexibilização permitido para mudanças partidárias. Minha jornada com o PSDB é de longa data, única e contínua. Em 1992, quando iniciei minha carreira política, recusei a filiação ao PDT, apesar do meu respeito por Leonel Brizola e seu compromisso com a educação. Discordava dos demais posicionamentos do partido. Posteriormente, com a filiação de Dante Oliveira ao PSDB, eu, por iniciativa própria e após estudar o estatuto do partido, decidi juntar-me ao PSDB. Desde então, permaneço fiel ao partido, reiterando meu compromisso mesmo com a possibilidade de mudanças na liderança. São 30 anos de uma relação baseada em valores compartilhados e na convicção de que a fidelidade partidária é fundamental para a integridade política.

VGN: O PSDB enfrenta dificuldades para formar sua chapa, Deputado?

Carlos Avallone: Não, a situação está bastante tranquila. Em Várzea Grande, por exemplo, recebemos o apoio de mais dois vereadores, totalizando quatro. Isso nos coloca em uma posição de destaque, semelhante à nossa situação em Cuiabá, onde também competimos por uma das principais bancadas. Em âmbito estadual, o partido conta atualmente com 100 vereadores, e esperamos aumentar esse número em 30% após recebermos a adesão de mais 50 vereadores, apesar de prováveis perdas de 15 a 20 membros.

VGN: Em Cuiabá, além do senhor, não surgiram outros candidatos. A que se deve isso? Falta de comprometimento?

Carlos Avallone: De forma alguma. Temos várias figuras proeminentes, como Renivaldo Nascimento, Marcelo Maluf e Telma de Oliveira, que foram consideradas para candidaturas. O desafio não é a falta de nomes, mas sim a decisão pessoal de cada um em se lançar candidato. No meu caso, fui encorajado a candidatar-me devido à minha trajetória no partido. Eduardo Leite, na época presidente nacional do PSDB, e posteriormente Marconi Perillo, enfatizaram a importância de Cuiabá ter uma candidatura forte. Após avaliações e discussões, decidi manter minha candidatura, apoiado na boa receptividade que percebo, mesmo que ainda não esteja evidente nas pesquisas. Continuo avaliando o cenário e espero o reconhecimento da população para consolidar minha candidatura.

VGN: Quantos municípios terão candidatos do PSDB nas próximas eleições municipais? Existe uma expectativa de crescimento para o partido?

Carlos Avallone: Esperamos um crescimento significativo. Semelhante ao que observamos com os vereadores, onde 50 com mandato já se juntaram ao PSDB, a situação é parecida nas corridas para as prefeituras. Estamos preparando entre 40 e 45 pré-candidatos a prefeito e cerca de 20 a 23 para vice-prefeito, já integrados em outras chapas. Além disso, formamos 109 chapas de vereadores em 109 municípios. Esse é um indicativo de um avanço expressivo do partido. Estou bastante otimista com os resultados que podemos alcançar nas urnas, evidenciando o crescimento do PSDB.

VGN: E quanto à situação em Sinop, onde o ex-deputado Nilson Leitão anunciou a intenção do partido de lançar um candidato para a prefeitura? Como estão as articulações?

Carlos Avallone: As articulações em Sinop estão progredindo muito bem. Recentemente, participei da convenção municipal que elegeu o novo diretório do PSDB na cidade, um evento que contou com quase 400 novas filiações. Nilson Leitão e Adenilson, nosso vereador e segundo suplente, têm realizado um excelente trabalho de preparação. Com Adenilson como nosso pré-candidato, estamos confiantes e entusiasmados com a disputa em Sinop. Nilson Leitão está empenhado pessoalmente na mobilização e na formação da candidatura, trabalhando de perto com os parceiros locais.

VGN: Quais são as principais bandeiras e projetos do deputado Carlos Avallone? O que lhe traz orgulho em sua trajetória política?

Carlos Avallone: Com mais de 30 anos dedicados à política, valorizo profundamente minha participação em transformações significativas para o estado de Mato Grosso. Trabalhar ao lado de figuras inspiradoras como o governador e prefeito Dante de Oliveira me permitiu contribuir de maneira substancial. Destaco minha participação na criação das Secretarias de Turismo e de Indústria, Comércio e Turismo de Cuiabá, além do desenvolvimento do projeto "Mato Grosso Hora de Investir", que promoveu nosso estado no Brasil e no mundo. Contribuí decisivamente para o crescimento da produção de algodão, elevando-a de 1% para 70% da produção nacional, impactando positivamente as exportações brasileiras.

Na Assembleia, dedico especial atenção à saúde mental, coordenando iniciativas para fortalecer a rede de atenção psicossocial e estabelecer novos CAPS em 16 municípios. Este projeto, junto ao investimento de R$ 24 milhões na área, é um dos que mais me orgulham, dada a sua importância vital para a comunidade.

VGN: Pode nos falar sobre o "Orçamento Mulher"?

Carlos Avallone: O "Orçamento Mulher" é uma iniciativa que nasceu do compromisso pessoal de atender às demandas específicas das mulheres em nossa sociedade, inspirado pelo incentivo de minha esposa, Maria. Esse projeto visa garantir transparência e efetividade nos recursos destinados às políticas públicas voltadas para mulheres, revelando a necessidade de um compromisso financeiro real com as questões femininas. Além disso, como parte da Procuradoria da Mulher na Assembleia, busco combater o feminicídio, uma triste realidade em nosso estado. Este esforço conjunto visa remover Mato Grosso da liderança em casos de violência contra mulheres, demonstrando um engajamento genuíno com essa causa.

VGN: O senhor acredita que a defesa da lei da pesca possa gerar rejeição popular?

Carlos Avallone: Acredito firmemente que a lei da pesca beneficia os pescadores, contrariando a ideia de que buscamos prejudicar o setor. Se os peixes dos nossos rios desaparecem, os pescadores também perdem sua fonte de renda. Com as melhorias feitas na lei, graças também às contribuições da oposição, criamos um equilíbrio onde a pesca de muitas espécies é permitida, com exceção de 12 específicas. Acredito que, se consultarmos a população de Cuiabá, a maioria apoiará a lei da pesca, entendendo seus benefícios a longo prazo.

VGN: Como defensor do respeito no parlamento, especialmente às mulheres, qual conselho o senhor daria para promover esse respeito na política?

Carlos Avallone: Nosso país enfrenta uma crise de respeito, esquecendo-se da dignidade humana e da pluralidade de ideias. Para mim, o debate saudável é essencial, independente das divergências. Respeitar o outro, homem ou mulher, é um dever básico. Especialmente em relação às mulheres, é crucial lembrarmos de suas contribuições e importâncias em nossas vidas, como o papel de nossas mães. Minha própria relação diária com minha mãe, que tem 96 anos, reforça em mim a educação que recebi para valorizar o respeito mútuo e a consideração pelas opiniões alheias.

VGN: Qual a natureza da articulação do deputado Carlos Avallone com membros da esquerda e da extrema-direita?

Carlos Avallone: Na Assembleia, minha abordagem é pautada pelo respeito mútuo e pelo debate construtivo de ideias. Diante de mim na tribuna, frequentemente encontra-se Lúdio Cabral, do PT. O Lúdio, além de ser meu amigo, é uma pessoa que respeita o diálogo e sempre está aberto ao debate. Quando queremos discutir temas como incentivos fiscais, nos enfrentamos com espírito de respeito, mesmo divergindo nas opiniões. A diferença de pensamento não é um problema, mas uma oportunidade para o debate enriquecedor.

À minha esquerda, encontro Cattani, que representa a direita extrema, compartilhando visões alinhadas ao Bolsonaro. Apesar das nossas diferenças ideológicas, Cattani me confiou a relatoria de duas CPIs, demonstrando confiança no meu trabalho. Nosso relacionamento transcende as divergências políticas; baseia-se no respeito mútuo e na confiança. Embora nossos pontos de vista sobre certas políticas e abordagens diverjam, compartilhamos valores comuns como a fé, a família e a oposição ao aborto e às drogas. Minha posição se identifica com o centro, o que me permite dialogar e cooperar com um espectro político amplo dentro da Assembleia.

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