Funcionários do Hospital Metropolitano de Várzea Grande denunciam que estão há quase sete meses sem receber os valores referentes aos adicionais noturnos, de insalubridade e plantões. Os pagamentos estão em atraso desde dezembro de 2024, e, segundo os relatos, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SESMT) não deu qualquer previsão de regularização.
De acordo com um servidor que preferiu não se identificar, a situação tem causado sérios prejuízos financeiros aos trabalhadores, que seguem cumprindo suas escalas sem a devida remuneração complementar.
“Nós não temos nenhuma informação. Ninguém nos diz nada. Nem a SES, nem a direção do hospital explicam o que está acontecendo. A última notícia veio por meio de uma reportagem, informando que houve uma reunião entre o Sisma [Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde de Mato Grosso] e a SES, na qual foi prometida uma folha complementar para regularizar os plantões, mas até agora nada aconteceu”, afirmou o servidor.
Segundo ele, os profissionais estão desde dezembro sem receber os adicionais. Com a chegada de junho, completarão sete meses de atraso, sem qualquer posicionamento oficial por parte da secretaria.
A ausência dos pagamentos tem provocado desequilíbrio financeiro nas finanças dos trabalhadores, que dependem dos valores extras para complementar o salário. Muitos se endividaram ao contar com esses recursos.
“As contas não param de chegar. Já são seis meses, indo para o sétimo, sem receber nossos direitos. É revoltante como o Estado negligencia o trabalhador, seja temporário ou concursado”, desabafou outro funcionário.
Apesar do atraso, os servidores continuam cumprindo suas escalas. Caso contrário, há desconto em folha. No entanto, segundo os profissionais, mesmo quando a SES quita os valores, não há correção monetária.
“Vivemos em constante insegurança. O impacto financeiro é enorme. Já houve atrasos no passado, de até três meses, mas agora são sete. E quando pagam, não corrigem nada”, acrescentou.
Outro ponto de preocupação é o impacto do acúmulo desses pagamentos no Imposto de Renda. No Brasil, o adicional noturno representa 20% sobre a hora diurna, para quem trabalha entre 22h e 5h. Se os pagamentos forem realizados de forma acumulada, a soma pode elevar a base de cálculo do imposto, resultando em descontos mais altos.
“Se pagarem o salário junto com dois plantões, por exemplo, o valor total aumenta e o desconto de IR chega a 27%. Isso nos faz praticamente perder um plantão só com o imposto”, explicou o servidor.
Além dos trabalhadores do Hospital Metropolitano, servidores da Santa Casa também estariam enfrentando o mesmo problema, de acordo com a denúncia.
“Um mês inteiro de trabalho pode ser perdido só em impostos. A SES, com sua falta de zelo, não cumpre seus deveres e quem paga a conta é o elo mais fraco: o trabalhador”, finalizou o denunciante.
Outro Lado
A reportagem do entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde para cobrar um posicionamento sobre a denúncia, que informou que em relação ao pagamento de adicional noturno e do adicional de plantão, a SES informa que os procedimentos e diretrizes do pagamento de pessoal foram alterados, em razão de legislação trabalhista e previdenciária e que, por isso, pagamentos que deveriam ter ocorrido em janeiro e fevereiro começaram a ser pagos no mês de março por meio de folha complementar.
A SES envida todos os esforços para regularizar os pagamentos pendentes no menor tempo possível.
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