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Cidades Sábado, 17 de Maio de 2025, 11:32 - A | A

Sábado, 17 de Maio de 2025, 11h:32 - A | A

DEMAGOGIA

“Não é gestão, é demagogia”, critica especialista sobre decisão de Moretti retirar radares em VG

Médici defende que o trânsito deve ser tratado como tema de saúde pública

Edina Araújo/VGN

A decisão da prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), de retirar os radares de fiscalização de velocidade da cidade foi duramente criticada por Silvio Médici, especialista em segurança viária, representante da Associação Nacional de Segurança Viária (ANSEVI) e presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans).

Em entrevista ao portal , concedida neste sábado (17.05), Médici classificou a medida como “demagogia pura” e afirmou que houve ausência de debate técnico quanto ao impacto da decisão na saúde pública e na segurança dos moradores.

“É uma visão equivocada. O equipamento comprovadamente reduz o número de sinistros. A prefeita está equivocada. Isso não é gestão, é demagogia política”, criticou Médici, ao destacar que o Brasil tem um compromisso internacional, firmado com a ONU, de reduzir pela metade as mortes no trânsito.

Silvio também criticou a falta de diálogo com especialistas antes da retirada dos dispositivos. Segundo ele, nem mesmo a associação que representa foi consultada. “Nunca fomos procurados. Fiquei sabendo agora, por você e por um release que circulou na imprensa”, relatou. “Temos condições de ajudar, oferecer cursos, palestras e até apoio técnico.”

O especialista ainda ressaltou os custos sociais e econômicos decorrentes dos acidentes. “Se você buscar uma pesquisa do IPEA, verá que o custo para o Estado com sinistros é muito maior do que o da instalação dos radares. Precisamos de mais educação e fiscalização”, pontuou.

Durante a entrevista, Médici fez uma comparação alarmante: “Matar 35 mil brasileiros por ano em acidentes de trânsito é pior que a guerra em Gaza. É uma barbárie.” Ele defende que os gestores deixem de politizar o trânsito e passem a tratá-lo como uma questão de saúde pública.

Embora tenha sido procurado sob a suspeita de representar uma empresa fornecedora de radares, Silvio esclareceu que a ANSEVI não comercializa equipamentos. “Somos uma associação que reúne 63 empresas do setor, atuantes em 12 Estados e no Distrito Federal. Apoiamos projetos e políticas públicas voltadas à segurança viária.”

Por fim, ele se colocou à disposição do município para colaborar em ações educativas, técnicas e de fiscalização. “Se o município quiser discutir soluções para reduzir mortes no trânsito, estamos abertos. O que não se pode é continuar negligenciando vidas.”

Entenda

A Prefeitura de Várzea Grande iniciou, em 12 de maio, a retirada de 20 radares de monitoramento eletrônico de velocidade, instalados em dez pontos do município — considerando ambos os sentidos das vias. A medida, que integra o plano de governo da atual gestão, está sendo executada pela Secretaria de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana, com prazo de até 30 dias para sua conclusão.

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