Fernanda Rezende, diretora-executiva-adjunta da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em entrevista à imprensa nessa terça (16.05), explica que a condição irregular, ruim ou péssima de quase 80% das rodovias em Mato Grosso é um reflexo do histórico baixo investimento na malha rodoviária pavimentada do Brasil e do Estado.
Segundo ela, essa situação aumenta o número de acidentes e o custo operacional do transporte, o que afeta a economia do país e diminui sua competitividade.
Fernanda aponta que o modelo de concessão de rodovias precisa ser aprimorado para o pedágio ser inferior ao acréscimo do custo operacional, e que o Governo do Estado precisa investir em projetos estruturais em vez de soluções paliativas.
“O que a gente percebe são investimentos paliativos, investimentos pontuais para melhorar a condição da malha ali naquele local sem fazer um investimento estrutural, isso faz com que você dê um investimento no ano, mas no próximo ano a malha volta a ser degradada. Esse número é reflexo de tanto de investimentos ruins mal feitos, como de gestão de concessões mal feitas, então temos contratos de concessão que foram desfeitos e passado agora, por exemplo, para concessão que é federal, que antes era gerida por uma empresa privada, ela está sendo passada por uma gestão estadual, um convênio do Estado com o Governo Federal para melhoria das rodovias, nós temos um modelo aqui do Mato Grosso que difere do resto do país, porque, por exemplo, muitas vezes as rodovias estaduais aqui concedidas, elas foram primeiros uma PPP, então não tinha uma cobrança de pedágio, mas de repente é passado para iniciativa pública fazer a gestão disso, começa a se implantar o pedágio ali, mas não tem o retorno do pedágio na rodovia. Então, é um modelo de concessão que precisa ser aprimorado para que você tenha um ganho, que você tenha o ganho da concessão, para que esse valor do pedágio seja inferior a, por exemplo, um acréscimo do custo operacional em relação ao gasto excedente de quem trafega pela estrada”.
Ela destaca que a CNT busca recursos governamentais e privados para a infraestrutura rodoviária e trabalha em estabilidade política e jurídica para atrair investidores privados. "“A gente também trabalha junto aos parlamentares para conseguir recursos não só o que é autorizado na LOA, para execução do poder executivo, mas também buscamos emendas parlamentares que consigam trazer recurso para infraestrutura rodoviária do país. Também trabalhamos em alternativas como, por exemplo, buscar recursos de outorga para investimento em rodovia e incentivamos uma estabilidade, buscamos uma estabilidade tanto política, uma segurança jurídica para que o investidor privado, venha fazer o investimento em infraestrutura de transporte”, destaca.
No ranking nacional de infraestrutura de transporte, Mato Grosso está entre os seis piores Estados do país, com São Paulo sendo o melhor exemplo de concessão bem-sucedida de rodovias estaduais. Fernanda sugere que a concessão seja aplicada apenas em rodovias viáveis economicamente e que o poder público direcione seus esforços e recursos para as demais rodovias.
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