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Cidades Segunda-feira, 11 de Agosto de 2025, 10:11 - A | A

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Desigualdade educacional

Mais de 15% das crianças de 0 a 3 anos estão fora da creche em Mato Grosso por falta de acesso

Estado também figura entre os melhores no atendimento à pré-escola

Isadora Sousa/VGN

Mato Grosso apresenta um dos melhores índices do país no acesso à educação infantil para crianças de 0 a 5 anos, mas ainda enfrenta desafios importantes para garantir vagas na creche, especialmente nos primeiros anos de vida. Os dados são do estudo Panorama do Acesso à Educação Infantil no Brasil, divulgado pelo Todos Pela Educação, divulgados nesta segunda-feira (11.08), que analisou informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) e do Censo Escolar.

De acordo com o levantamento, 15,4% das crianças de 0 a 3 anos no estado estão fora da creche por dificuldades de acesso, como falta de vaga, distância ou recusa por idade. O percentual é menor que a média nacional de 19,7%, colocando Mato Grosso na parte intermediária do ranking entre as 27 unidades da federação.

A capital Cuiabá, no entanto, apresenta um cenário mais preocupante: 19,6% das crianças dessa faixa etária estão fora da creche por barreiras de acesso, índice mais alto que a média estadual e próximo da média do país. O estudo mostra que, nas capitais, os melhores índices estão no Sudeste e no Sul, enquanto Norte e Nordeste concentram as maiores dificuldades.

Na pré-escola, etapa obrigatória para crianças de 4 e 5 anos, Mato Grosso aparece entre os estados com melhor cobertura. Apenas 3,3% das crianças estão fora da sala de aula, índice inferior à média nacional de 5,4% e atrás apenas de Piauí, Sergipe, Bahia e Tocantins.

O relatório destaca que, apesar dos avanços, a expansão de vagas em creches precisa ser priorizada para atender principalmente os bebês de até 1 ano, faixa etária em que a cobertura é muito baixa em todo o país. Em Mato Grosso, o estudo não detalha os dados por idade, mas aponta que a tendência segue o padrão nacional, com aumento da cobertura conforme a criança se aproxima dos 3 anos.

Cenário nacional

No Brasil, a taxa de atendimento em creches chegou a 41,2% em 2024, abaixo da meta de 50% prevista no Plano Nacional de Educação (PNE). A desigualdade socioeconômica aumentou: a diferença entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres passou de 22 pontos percentuais em 2016 para 29,4 p.p. em 2024. Entre os mais pobres, apenas 30,6% das crianças de 0 a 3 anos estão na creche; entre os mais ricos, o índice é de 60%.

Atualmente, cerca de 2,28 milhões de crianças de 0 a 3 anos estão fora da creche por dificuldade de acesso. O desafio é maior para bebês de 0 e 1 ano, com taxa de atendimento de apenas 18,6% e 24,8% fora por barreiras de acesso.

As disparidades regionais são expressivas: São Paulo lidera com 56,8% de cobertura, enquanto o Amapá registra apenas 9,7%. Seis estados concentram mais da metade da demanda não atendida: Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Pará, Pernambuco e Maranhão.

Na pré-escola, o Brasil chegou a 94,6% de cobertura, mas mais de 329 mil crianças de 4 e 5 anos seguem fora da escola. O Piauí foi o único estado a universalizar o acesso; o Amapá tem o pior índice, com apenas 69,8%.

O Todos Pela Educação alerta que, no ritmo atual, o país não conseguirá cumprir as metas do PNE e reduzir as desigualdades, o novo plano, em tramitação no Congresso, prevê meta de 60% de atendimento em creches até o fim da próxima década.

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