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Polícia Domingo, 07 de Setembro de 2025, 20:30 - A | A

Domingo, 07 de Setembro de 2025, 20h:30 - A | A

Agressão

Operação prende 484 por violência doméstica, mas rede de acolhimento falha em VG

Apesar da operação, episódios de violência continuam se repetindo

Nicolle Ribeiro/VGN

A Operação Shamar, realizada pela Polícia Civil entre os dias 1º de agosto e 4 de setembro, mobilizou mais de mil agentes e resultou em 484 prisões em todo o Estado. A ação, de âmbito nacional, ocorre anualmente durante o “Agosto Lilás” e tem como objetivo combater a violência doméstica e o feminicídio.

No entanto, em Várzea Grande, a realidade revela falhas graves. Apesar dos números expressivos divulgados pelo Governo do Estado — mais de duas mil vítimas atendidas e 366 prisões em flagrante —, a rede de acolhimento às mulheres vítimas de agressão no município permanece precária e aquém do que estabelece a legislação federal.

Um dos casos mais alarmantes ocorreu na madrugada do dia 20 de junho, quando M.G.C.T., 21 anos, buscou ajuda na Central de Ocorrências de Várzea Grande após ser agredida e quase estrangulada pelo companheiro. Ao chegar ao prédio, encontrou portas fechadas, luzes apagadas e nenhum servidor para realizar o atendimento.

Sozinha, em estado de choque e ainda com marcas de violência, a vítima precisou procurar outra unidade policial. O episódio escancara a falta de estrutura e de plantão adequado em um serviço que, conforme determina a Lei Federal nº 14.541/23, sancionada pelo presidente Lula, deveria funcionar 24 horas por dia.

Apesar da operação e das campanhas de prevenção, episódios de violência continuam se repetindo. Na madrugada do dia 30 de agosto, um homem de 38 anos foi preso em Cuiabá após tentar matar a companheira, 48 anos, em Várzea Grande. Alterado por ciúme, ele chegou a enforcá-la até a perda de consciência e ameaçou incendiar a casa. A prisão só foi possível graças ao rastreamento da tornozeleira eletrônica usada pelo agressor.

Outro caso ocorreu no 10 de maio, no bairro Cristo Rei, quando uma briga entre um casal terminou em agressões mútuas. A jovem de 17 anos esfaqueou o companheiro de 21 anos após ser empurrada e ter a cabeça batida contra a parede. Ambos foram socorridos e o caso encaminhado à Central de Flagrantes.

Realidade distante da lei

A legislação determina que todas as Delegacias da Mulher no país ofereçam atendimento ininterrupto, com equipes devidamente treinadas, além de suporte psicológico e jurídico às vítimas. Em Várzea Grande, no entanto, o serviço funciona apenas em horário comercial, forçando mulheres vítimas de violência a peregrinar em busca de acolhimento em outras unidades policiais.

A situação evidencia que, mesmo após operações de grande visibilidade e campanhas de conscientização, a rede de proteção às mulheres em Várzea Grande permanece falha, expondo as vítimas a novos riscos e infringindo a legislação federal.

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