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Artigos Segunda-feira, 14 de Julho de 2025, 14:12 - A | A

Segunda-feira, 14 de Julho de 2025, 14h:12 - A | A

Marcos Pelozato*

Falta de profissionais especializados trava crescimento do mercado de recuperação judicial no Brasil

Por Marcos Pelozato*

A recuperação judicial ganhou espaço como instrumento essencial para preservar empresas e empregos no Brasil, mas esbarra na escassez de profissionais qualificados. Segundo levantamento da TMA Brasil (Turnaround Management Association), menos de 10% dos advogados atuam de forma consistente com processos de recuperação judicial no país. A lacuna de formação técnica tem limitado a capacidade do mercado de atender à crescente demanda por soluções estruturadas de reestruturação e renegociação de dívidas.

O alerta é feito por Marcos Pelozato, advogado, contador e especialista com quase 14 anos de atuação em reestruturação empresarial. Segundo ele, a baixa oferta de cursos práticos sobre o tema contribui para um gargalo profissional que se reflete diretamente no insucesso de muitos processos. “Falta gente preparada para assumir a frente técnica dessas negociações com visão multidisciplinar e foco na viabilidade do negócio. Muitas vezes, empresas que poderiam ser salvas acabam encerrando atividades por erros processuais ou estratégias mal planejadas”, afirma.

Para suprir esse déficit, iniciativas como programas de mentoria vêm ganhando relevância. O objetivo é capacitar profissionais do Direito, Contabilidade e Administração a partir da vivência prática, utilizando simulações, estudos de caso reais e metodologias de negociação com credores, estruturação de planos de recuperação e interlocução com o Judiciário. “A mentoria forma multiplicadores conscientes, que não apenas dominam a técnica, mas entendem o impacto econômico e social da recuperação de uma empresa”, completa Pelozato.

De acordo com dados do Serasa Experian, só no primeiro trimestre de 2025 foram registrados mais de 360 pedidos de recuperação judicial,  um crescimento de 26% em relação ao mesmo período do ano anterior. O dado reflete não apenas os efeitos da alta de juros acumulada em 2023 e 2024, mas também a maior disseminação do instrumento entre empresários. No entanto, especialistas alertam que a judicialização sem preparação técnica tende a resultar em processos mais longos, onerosos e com baixa taxa de recuperação.

A ausência de mão de obra especializada também afeta o ecossistema mais amplo, impactando escritórios de advocacia, administradoras judiciais, contadores e até instituições financeiras. “É um mercado que precisa urgentemente de uma base técnica mais sólida. Formar especialistas é garantir que as empresas em crise tenham, de fato, uma chance de recuperação viável”, defende Pelozato.

A expectativa de quem atua no setor é que a capacitação de novos profissionais, especialmente por meio de formações práticas, se torne prioridade nos próximos anos,  não apenas como resposta à demanda, mas como fator estruturante da economia. “Salvar empresas significa preservar cadeias produtivas, empregos e arrecadação. É uma pauta de interesse público”, finaliza o especialista.

*Marcos Pelozato é advogado, contador e empresário com 14 anos de atuação no setor de reestruturação empresarial e recuperação judicial. Reconhecido como referência no segmento, presta assessoria estratégica a empresas em crise financeira, com foco em reorganização societária, gestão de passivos e recuperação de negócios.  À frente de um escritório especializado, Marcos também atua como mentor para advogados e contadores interessados em ingressar na área de reestruturação, com o objetivo de ampliar o número de profissionais capacitados a atuar diante da crescente demanda por soluções eficazes em gestão de crise. 

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