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Artigos Terça-feira, 15 de Julho de 2025, 13:02 - A | A

Terça-feira, 15 de Julho de 2025, 13h:02 - A | A

Williamon da Silva Costa*

O Brasil não é quintal dos EUA: a subserviência de alguns políticos brasileiros envergonha a Nação e desonra o povo

por Williamon da Silva Costa*

A recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, determinada por Donald Trump, não é apenas um ataque à economia nacional — trata-se, na verdade, de uma guerra de quinta geração, com interesses políticos e ideológicos escancarados. É uma afronta à soberania do Brasil, travestida de “disputa comercial”, mas motivada por vingança política, articulada pessoalmente por Eduardo Bolsonaro, que embarcou novamente para Washington visando intensificar os ataques contra o próprio país. Ele busca novas sanções do governo Trump, em nome da anistia de seu pai, Jair Bolsonaro.

Uma verdadeira vergonha para o nosso país: uma conspiração ideológica que sacrifica 211 milhões de brasileiros para satisfazer o ego e os interesses pessoais da família Bolsonaro.

É um escárnio contra o povo brasileiro — especialmente contra os trabalhadores — que serão os mais prejudicados com essas atitudes mesquinhas. Um verdadeiro circo de horrores, onde o povo brasileiro será o cordeiro imolado.

Para agravar ainda mais essa situação vergonhosa, assistimos a uma “chuva de aplausos” vindos de muitos políticos brasileiros aos ataques à nossa soberania.

No dia 09 de julho, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou uma moção de louvor e regozijo ao presidente Donald Trump pelo ataque ao Brasil. Essa proposta absurda partiu do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), com assinaturas de Gustavo Gayer (PL-GO) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP).

Infelizmente, alguns políticos de Mato Grosso adotaram postura semelhante, declarando publicamente apoio a essa insanidade: Coronel Fernanda, Nelson Barbudo, Rodrigo da Zaeli, José Medeiros e Coronel Assis apressaram-se em alinhar-se com Trump, defendendo o indefensável e tratando como normal um ato que, inclusive nos EUA, já está sendo contestado por tribunais e senadores de ambos os partidos norte-americanos.

Ignoram que se trata de uma medida que fere a legalidade internacional e se voltam contra os interesses econômicos do próprio povo que deveriam representar.

Fica a pergunta: A quem esses políticos servem?

Essa postura vergonhosa, embasada na polarização política “Lula versus Bolsonaro”, levanta uma pergunta inevitável:
Para quem esses políticos trabalham de fato?

Porque não parece ser para os brasileiros — e muito menos para os mato-grossenses, cuja economia agrícola pode ser duramente afetada pelas novas tarifas.

A população brasileira precisa entender que essa conspiração política internacional tem cunho puramente ideológico e pessoal, com o objetivo de atacar a soberania da Justiça brasileira, especialmente do STF, e de desmoralizar o governo Lula, como estratégia antecipada para as próximas eleições.

Além disso, a escalada meteórica de Eduardo Bolsonaro junto à alta cúpula norte-americana certamente lhe trará benefícios pessoais — o que talvez explique suas declarações recentes sobre o desejo de abandonar o mandato parlamentar.

Sua atuação, mais do que um erro estratégico, é um ato de submissão ideológica aos EUA, que nos remete aos tempos em que o Brasil era colônia e vivia sob tutela estrangeira. Eduardo Bolsonaro não age como representante de um Estado soberano, mas como agente informal de Trump, disposto a sacrificar os interesses nacionais por um capricho pessoal.

Sua ida a Washington para pedir sanções contra ministros do STF e delegados da Polícia Federal — todos atuando no Estado Democrático de Direito — é um escândalo internacional e uma verdadeira traição institucional.

Enquanto isso, muitos políticos americanos tentam barrar essa manobra. O senador Tim Kaine classificou as tarifas como abuso de poder. Já Ron Wyden apontou a ilegalidade do gesto de Trump, dizendo que ele quer “acertar contas pessoais com o governo brasileiro”.

Fica claro que nos Estados Unidos, há reação. No Brasil, submissão!!!

No Brasil, políticos que juraram defender a Constituição parecem dispostos a ajoelhar-se diante de um líder estrangeiro, com histórico autoritário e ressentido por ter perdido o poder.

Enquanto isso, o presidente Lula está encurralado entre a cruz e a espada, tentando gerenciar essa crise da melhor forma possível. Como resposta aos ataques, criou um Comitê Interministerial para mitigar os impactos da tarifa sobre a economia e o povo brasileiro e abriu interlocução entre os governos estaduais e o Governo Federal.

O próprio governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — aliado da família Bolsonaro e possível candidato à presidência da República — passou a ser atacado por Eduardo Bolsonaro por tentar defender os interesses econômicos do Brasil. Isso porque Tarcísio reconheceu a gravidade da situação e passou a defender a união de esforços entre os governos estadual e federal para enfrentar os efeitos do tarifaço.

Vale lembrar: São Paulo será o Estado mais prejudicado pelas tarifas por ser responsável por US$ 6,4 bilhões em exportações — quase 32% do total nacional.

Fica claro que Tarcísio, antes aliado, agora também atacado!!!

Enquanto o governo tenta conter os danos, Eduardo Bolsonaro parte novamente a Washington — não para negociar alívio à taxação abusiva, mas para pedir mais sanções ao ministro Alexandre de Moraes e ao próprio país. Sim, isso mesmo: mais punições, mais pressão, mais ataques, tudo em nome da salvação política de seu pai e de sua própria cruzada autoritária.

Trata-se de uma chantagem política, de um projeto pessoal de poder sustentado pela sabotagem institucional.

A verdade é que não estamos diante de um episódio comercial, mas de uma ofensiva política contra o Brasil como Estado soberano. E enquanto parte da classe política bate palmas, quem pagará a conta serão os trabalhadores, os produtores, os exportadores e os consumidores.

O Brasil precisa resolver seus próprios problemas internamente e parar de agir como um vira-lata internacional. Chega de complexo de vira-lata!!!

Sabemos da importância dos EUA, mas também sabemos o que esse país já fez, historicamente, para suprimir, atacar, bombardear e aniquilar adversários em nome de seus próprios interesses.

É hora de dizer, com todas as letras:

“Trump não manda no Brasil. E quem se ajoelha a ele, trai seu país!”

 *Williamon da Silva Costa, é acadêmico de direito

Brasil unido pelo Rio Grande do Sul

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