Israel realizou uma série de bombardeios aéreos contra alvos estratégicos no Irã na madrugada desta sexta-feira (13.06), horário local. A operação, chamada “Rising Lion” (“Leão Ascendente”), mirou instalações nucleares, bases militares e centros de comando da Guarda Revolucionária Islâmica. Em resposta, o Irã lançou cerca de cem drones em direção ao território israelense. A maioria foi interceptada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).
A ofensiva foi anunciada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como uma ação preventiva para enfraquecer o programa nuclear iraniano. Segundo ele, a principal usina de enriquecimento de urânio do Irã, em Natanz, foi atingida. “Israel continuará a operação por quantos dias forem necessários”, afirmou o premiê em pronunciamento.
Entre os mortos estão o general Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária, e o cientista Fereydoon Abbasi-Davani, ex-diretor da agência nuclear iraniana. O governo iraniano confirmou ainda a morte de outros cinco cientistas envolvidos com o programa atômico do país.
O Irã classificou os ataques como uma “declaração de guerra”. Em carta enviada às Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, exigiu uma resposta imediata do Conselho de Segurança. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que Israel “preparou para si mesmo um destino amargo, que certamente receberá”.
O porta-voz das Forças Armadas iranianas, Abolfazl Shekarchi, acusou os Estados Unidos de conivência e prometeu retaliação. Washington, porém, afirmou que a operação foi conduzida unilateralmente por Israel, sem apoio direto da Casa Branca.
Em Israel, o governo decretou estado de emergência. Autoridades pediram que a população se prepare para novos ataques e recomendam o armazenamento de água e alimentos. Sirenes soaram em Jerusalém e moradores receberam alertas por celular durante a madrugada.
Relatórios da inteligência israelense indicam que drones explosivos foram infiltrados no Irã antes da ofensiva. O Mossad, segundo fontes, teria agido para sabotar sistemas de defesa aérea iranianos, abrindo caminho para a ofensiva aérea.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, condenou os bombardeios. Ele alertou que ataques a instalações nucleares representam riscos “graves e duradouros” para a segurança regional e mundial.
A escalada no conflito ocorre semanas após a AIEA acusar formalmente o Irã de violar seus compromissos de não proliferação nuclear. Segundo Israel, o regime iraniano teria acelerado o desenvolvimento de armas nucleares nos últimos meses.
Com voos suspensos em Teerã e movimentação militar intensa nos dois países, diplomatas temem uma guerra de grandes proporções. Analistas observam que a capacidade iraniana de reagir com força total está comprometida após perdas militares e estruturais recentes. (Com informações do BBC Brasil)
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