O corpo da publicitária Juliana Marins, 26 anos, é velado nesta sexta-feira (04.07), no Cemitério e Crematório Parque da Colina, em Pendotiba, bairro de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O enterro está previsto para ocorrer ainda hoje.
Os pais da jovem, Manoel e Estela Marins, chegaram ao local por volta das 10h20. Segundo a família, embora inicialmente a Justiça tenha determinado a cremação, a decisão foi revertida a pedido da Defensoria Pública. Mesmo assim, optaram pelo sepultamento, caso seja necessária a exumação do corpo.
"Queríamos a cremação, mas o juiz havia decidido pelo enterro. Hoje de manhã conseguimos reverter, mas optamos por manter o sepultamento", afirmou o pai.
Em entrevista ao O Globo, Manoel agradeceu à mobilização popular e à imprensa brasileira, que contribuíram para dar visibilidade ao caso. Ele também criticou a demora no resgate da filha e denunciou falhas no atendimento prestado pelas autoridades locais na Indonésia.
"Quando fui, a intenção era trazê-la viva. Infelizmente, não consegui. Mas agradeço à embaixada brasileira, que nos deu acesso às autoridades. Ficou claro o despreparo, a negligência e a falta de estrutura. Um país que depende do turismo deveria estar mais preparado", disse.
Segundo ele, o socorro só foi possível graças ao apoio de uma mineradora, que cedeu um helicóptero. A única aeronave disponível no país, conforme relatou, estava em Jacarta, distante do local do acidente.
Manoel também relatou que a primeira imagem aérea sugeria que Juliana estava em uma área plana, mas ela já se encontrava em uma ribanceira íngreme. O parque teria demorado a acionar a Defesa Civil, o que, segundo ele, comprometeu o resgate.
"Se o socorro tivesse chegado a tempo, ela poderia ter sido salva. Agora soubemos que o parque está reformulando seus protocolos. Se a morte da Juliana ajudar a evitar outras tragédias, isso nos dá algum alento", afirmou.
Durante o velório, familiares, amigos e conhecidos prestam homenagens. A irmã de Juliana, Mariana Marins, disse que a cerimônia trouxe um pouco de paz à família, embora a dor permaneça.
"Hoje nos perguntamos se essa saudade vai passar um dia. A doçura dela fica com a gente. Se eu pudesse resumir a Juliana em uma palavra, seria alegria", disse o pai.
O caso segue sob investigação, com a possibilidade de uma segunda necropsia para esclarecer pontos ainda obscuros sobre as circunstâncias da morte.
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