O cenário atual para o setor da pecuária em Mato Grosso acendeu um sinal de alerta. Dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o preço pago pelo boi pronto para o abate caiu mais de 5% somente nas últimas semanas de maio. A queda acompanha o movimento de desvalorização da carcaça bovina — o produto que sai diretamente do frigorífico — que teve redução superior a 3%.
A principal explicação está no aumento da oferta de animais prontos para o abate. Com mais bois disponíveis, os frigoríficos estenderam suas programações de abate para cerca de 10 dias, o que indica uma tranquilidade maior para negociar os lotes, geralmente com valores mais baixos.
Com isso, as margens de lucro das indústrias continuam apertadas e a pressão recai sobre os produtores, que veem os custos subirem enquanto os preços de venda caem. Segundo o Imea, o valor médio da arroba em Mato Grosso chegou a R$ 298,70, bem abaixo do início do mês. Já a carcaça bovina, vendida principalmente para o mercado interno, foi negociada a R$ 21,08 o quilo.
Outro ponto de atenção é a possível entrada de maior volume de carne de frango no mercado, reflexo de um caso recente de gripe aviária. Com mais frango disponível, a carne bovina pode perder espaço na mesa dos consumidores, o que tende a esfriar ainda mais a demanda e derrubar os preços.
Mesmo com a queda, Mato Grosso reduziu a diferença de preços em relação a São Paulo, o que pode favorecer o abate local e movimentar a economia interna do estado. Ainda assim, o momento pede atenção redobrada dos pecuaristas.
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