O mercado internacional do algodão Brasileiro encerrou a semana em queda, pressionado por fatores que reduziram o interesse de compradores e melhoraram a perspectiva da safra nos Estados Unidos. O boletim divulgado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na última sexta-feira (02), apontou recuo nas cotações dos contratos futuros em Nova York e um cenário global marcado por baixa demanda, sobretudo da China.
Nos últimos cinco dias de negociação, os preços caíram mais de 5% para o contrato com vencimento em julho de 2025 e mais de 4% para dezembro do mesmo ano. A valorização do dólar e as chuvas em regiões produtoras do Texas ajudaram a derrubar os preços, já que indicam boa produção e encarecem o produto para países importadores.
A situação na China reforça o movimento de queda. O país reduziu suas projeções de consumo de algodão e de importações, o que resultará em estoques maiores. Em março, o volume importado pela China foi o menor dos últimos dois anos. A ausência dos compradores chineses no mercado internacional, por conta do feriado prolongado do Dia do Trabalho, também contribuiu para o cenário de pouca movimentação.
Outros fatores também pesaram contra o mercado, como o enfraquecimento do setor têxtil chinês e as dificuldades logísticas no Paquistão. Por outro lado, a Índia pode retomar acordos comerciais com os Estados Unidos, o que traria um alívio para o setor.
Apesar das chuvas recentes no Texas, especialistas alertam que a estiagem ainda não foi superada. A produção segue em risco se o clima não continuar colaborando. Enquanto isso, o Brasil mantém bom ritmo de exportações, com crescimento de mais de 12% na média diária de abril, segundo a Abrapa.
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