O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, confirmou neste sábado (14.06) que o Governo Federal retomou o Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola (Promaq), parado desde 2013. A declaração foi feita durante a entrega de máquinas e implementos agrícolas para assentamentos rurais, em evento realizado na baixada cuiabana.
Segundo o ministro, o programa tem como objetivo levar infraestrutura ao campo, atendendo tanto associações e federações de trabalhadores rurais quanto Prefeituras.
“O programa estava parado desde 2013, no PAC II. Agora, queremos equipar o campo, seja com máquinas para o cultivo da terra, seja com equipamentos para melhorar estradas vicinais, substituição de pontes de madeira por galerias tubulares e bueiros ármicos. As Prefeituras também podem utilizar as máquinas no perímetro urbano, em obras de pavimentação, drenagem e infraestrutura. É uma grande parceria do Governo do presidente Lula com os municípios e os cidadãos”, destacou Fávaro.
O ministro explicou que o credenciamento das Prefeituras é simples e feito diretamente no sistema do Ministério da Agricultura. Além disso, há um programa complementar, o Programa Nacional de Estradas Rurais (Proner), voltado à recuperação de estradas para atender a agricultura familiar.
De acordo com Fávaro, o investimento total é de R$ 5,5 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões destinados à aquisição de máquinas de linha amarela e tratores e R$ 3,2 bilhões para caminhões, beneficiando grande parte dos municípios brasileiros.
Questionado sobre o número de pessoas impactadas, Fávaro informou que serão dezenas de assentamentos beneficiados diretamente. Segundo ele, a demanda por esses equipamentos surgiu de um pleito apresentado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que desenvolve ações de transferência de tecnologia e capacitação para os assentados, mas que também carecem de modernização dos equipamentos.
“Não dá mais para falar em fazer agricultura na enxada e na cavadeira. É preciso mecanização para dar musculatura à agricultura familiar. Mas é importante dizer que não se trata apenas da entrega de equipamentos. Há toda uma estruturação pensada para isso, como a instalação de uma unidade da Embrapa na baixada cuiabana, que vai ajudar a combater desigualdades históricas”, ressaltou.
O ministro destacou ainda que, embora o Brasil seja hoje referência mundial na agropecuária — com a maior safra da história e livre da febre aftosa sem vacinação após 62 anos de luta —, a agricultura familiar ainda está um passo atrás, especialmente em Estados como Mato Grosso.
“É por isso que trouxemos a Embrapa para a baixada cuiabana, junto com um dos programas mais importantes, que é o Solo Vivo, que faz a recuperação de solos degradados. O objetivo é deixar o solo pronto para que o agricultor possa produzir o que desejar — frutas, grãos, leite — com uma base de solo fértil e, agora, complementada com maquinário”, explicou.
Fávaro concluiu afirmando que o programa representa um dos maiores investimentos já feitos na agricultura familiar de Mato Grosso.
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