Pesquisadores da Embrapa apresentaram nesta quarta-feira (07.05), uma inovação que promete transformar a forma como os consumidores identificam alimentos estragados. Uma embalagem inteligente que pode mudar de cor à medida que o peixe se deteriora.
Desenvolvida por cientistas da Embrapa Instrumentação, em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos e a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, a nova embalagem funciona como um sensor natural. Ela é feita com fibras ultrafinas e pigmentos retirados do repolho roxo – material que reage com os gases liberados pelo alimento em decomposição.
Nos testes realizados com filés de merluza, a embalagem começou com a cor roxa, indicando que o peixe estava fresco. Após 24 horas, a cor começou a desbotar, e em 48 horas surgiram tons azulados. Com 72 horas, o azul intenso sinalizou claramente que o peixe não estava mais próprio para consumo – tudo isso sem precisar abrir a embalagem.
Segundo os pesquisadores, a mudança de cor acontece de forma natural conforme o peixe vai se estragando, tornando o processo de verificação mais prático, seguro e visual. Além de ajudar o consumidor, a inovação também pode reduzir o desperdício de alimentos e aumentar a segurança alimentar.
A produção da embalagem é rápida e usa materiais de baixo custo, incluindo resíduos do setor alimentício, o que reforça seu apelo sustentável. O estudo completo foi publicado na revista científica Food Chemistry e recebeu apoio de instituições como Fapesp, Capes e CNPq.
Os cientistas destacam que a tecnologia ainda precisa ser testada em outros tipos de peixes e frutos do mar, mas os primeiros resultados são promissores. O objetivo agora é ampliar os estudos e buscar parceiros para levar a novidade ao mercado.
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