O Brasil deu mais um passo estratégico para ampliar sua atuação internacional na área agropecuária ao receber, nesta segunda-feira (05.05), o ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca do Benin, Gaston Dossouhui, em uma reunião com representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O foco do encontro foi a expansão da cooperação técnica entre os dois países, com destaque para o fortalecimento do desenvolvimento rural e da segurança alimentar no Benin.
Durante a reunião, o secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Marcel Moreira, destacou a vocação brasileira em tecnologias agrícolas adaptadas ao clima tropical. “O Brasil tem experiência comprovada em tecnologias tropicais e produção de alimentos. Queremos que isso contribua para o desenvolvimento rural e agropecuário do Benin”, afirmou.
Entre os principais temas discutidos estão a exportação de material genético bovino e avícola, além de bovinos vivos, e a implementação de projetos de cooperação técnica em irrigação, manejo hídrico e agregação de valor às cadeias produtivas locais, como mandioca, arroz, soja e caju — produtos estratégicos para a segurança alimentar beninense.
A visita também serviu para consolidar a agenda bilateral com vistas à assinatura de um memorando de entendimento durante o II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, previsto para este mês.
A delegação beninense contou com representantes do governo e do setor privado, entre eles o embaixador Boniface Vignon e o empresário Aziz Agossou, especializado em importação de animais. Pelo Brasil, participaram também o coordenador de Cooperação Internacional, Lucas Moraes, e a assessora Anderlise Borsoi.
O fortalecimento das relações com o Benin se insere em uma estratégia mais ampla do Brasil com o continente africano. Em 2024, as exportações brasileiras do agronegócio para países africanos já somam US$ 12,5 bilhões, um crescimento de 23,8% em relação ao ano anterior. O resultado confirma o continente como parceiro prioritário nas relações Sul-Sul e destaca o papel do agronegócio como instrumento de desenvolvimento e diplomacia internacional.
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