O suco de laranja brasileiro – líder absoluto no mercado internacional – pode perder competitividade nos Estados Unidos, seu segundo maior destino, caso entre em vigor a taxação de 50% anunciada pelo governo norte-americano para 1º de agosto.
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, a produção no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro deve alcançar 314,6 milhões de caixas na safra 2025/26, um salto de 36,2% em relação ao ciclo anterior.
No entanto, sem o canal norte-americano, há risco de formação de estoques elevados e queda nos preços internos – uma vez que os EUA respondem por 80% das exportações brasileiras e importam 90% do suco que consomem.
Atualmente, o produto brasileiro já paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada. Com a nova sobretaxa de 50%, o custo de entrada no mercado norte-americano aumentaria drasticamente, dificultando contratos futuros. Inclusive, indústrias nacionais já suspenderam negociações de longo prazo e operam apenas no mercado spot, com valores entre R$ 40 e R$ 45 por caixa, segundo o Cepea.
Além do suco de laranja, as tarifas devem atingir outros produtos como café, carne bovina e frutas frescas – especialmente manga e uva –, cujas exportações aos EUA já enfrentam postergação.
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